Arquivo mensal: junho 2010

Papa Bento 16 não vai testemunhar em tribunal dos EUA, diz Vaticano

O advogado do Vaticano nos Estados Unidos, Jeffrey Lena, disse nesta terça-feira que é “absolutamente infundada” a hipótese de que o papa Bento 16 seja chamado a testemunhar nos tribunais norte-americanos em processos sobre pedofilia.

Em entrevista à imprensa italiana, Lena comentou a decisão da Suprema Corte do país, que resolveu não se pronunciar acerca de um recurso encaminhado pela Santa Sé e reenviou a um tribunal do Oregon a decisão sobre se o Vaticano pode ou não ser civicamente responsável pelas ações de padres que cometeram abusos.

Papa Bento 16 não vai testemunha em tribunal dos EUA, diz advogado  do Vaticano
Papa Bento 16 não vai testemunha em tribunal dos EUA sobre pedofilia, diz advogado do Vaticano

“A Suprema Corte decidiu que não está pronta para confrontar a questão específica que submetemos a sua atenção”, ou o “objetivo de emprego” que uniria a Santa Sé aos padres em todo o mundo.

De acordo com Lena, “não há um relacionamento de trabalho dependente” entre os sacerdotes e o Vaticano, porque este “não paga o salário dos padres nem garante seus benefícios de previdência, assim como não exercita qualquer tipo de controle cotidiano sobre o trabalho realizado, diferente do que acontece da parte das dioceses e ordens”.

A Santa Sé é acusada na Justiça norte-americana de ter transferido o sacerdote irlandês já falecido Andrew Ronan de seu país natal a Chicago, e posteriormente a Portland, mesmo sabendo das repetidas denúncias de abuso sexual contra menores associadas a ele.

Com a rejeição do recurso, o debate sobre se o padre pedófilo era ou não dependente da instituição católica, o que justificaria a culpa do Vaticano no processo, retorna à Corte Distrital do Oregon.

O advogado que acusa a Santa Sé, Jeff Anderson, admitiu hoje a um jornal italiano que não pensa “que será possível processar o papa enquanto papa”, mas que “o Vaticano poderá ter que responder na Justiça pelos abusos cometidos pelos sacerdotes”.

Ele também afirmou que buscará conseguir o depoimento de Bento 16, e que seu próximo movimento será recolher os testemunhos do decano dos cardeais, Angelo Sodano, e do atual secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone.

“Eles, um como secretário de Estado [durante o pontificado de João Paulo 2º] e o outro como chefe do Colégio dos Cardeais foram os personagens-chave. Nas suas posições, houve o centro das coberturas por um longo período. Assim como o foi o cardeal [Joseph] Ratzinger, atual papa, quando tinha responsabilidade na Cúria [Romana]”, afirmou.

Igreja quer plebiscito sobre casamento entre homossexuais na Argentina

A Igreja da Argentina reivindica a convocação de um plebiscito sobre o casamento entre homossexuais, direito respaldado pelo governo e cuja aprovação depende do sinal verde do Senado.

A convocação de um plebiscito “seria uma via mais razoável que a seguida pelos legisladores, muitos dos quais atuam sob pressão”, disse o bispo Antonio Marino em entrevista publicada neste domingo no jornal “La Nación”, de Buenos Aires.

“Há muita pressa para sancionar a lei. Em outros países o debate levou anos”, afirmou o bispo, para quem os legisladores que respondem ao governo peronista de Cristina Fernández de Kirchner “têm medo de um plebiscito”.

Marino, um teólogo de 68 anos, foi designado pela Conferência Episcopal Argentina para acompanhar o debate parlamentar de uma reforma do Código Civil, já aprovada pela Câmara dos Deputados, para permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

“Conversei com vários senadores para lhes apresentar a postura da Igreja e muitos admitem que concordam com nossa posição, mas depois aparece o realismo político e terminam apoiando a lei”, comentou.

O religioso defende que para os senadores as pressões governamentais pesam “mais que suas próprias convicções”.

Disse que os senadores “ignoram as implicações encapsuladas no texto da lei”, em referência a permissão para que os casais homossexuais adotem crianças, a consequência “mais negativa” desta reforma legal.

“Chama muito a atenção que em momentos em que a sociedade está preocupada com o índice de inflação, a insegurança, o desemprego e o drama da droga, entre outros graves problemas, se coloque como prioridade legislativa este tipo de lei”, especificou.

Marino, bispo auxiliar de La Plata, capital da província de Buenos Aires, insistiu que é preciso “mais tempo para uma decisão mais sã”.

O Departamento de Laicos do Episcopado argentino convocou uma manifestação em frente à sede do Parlamento para o dia 13 de julho, véspera do debate da reforma no Senado, onde há uma leve maioria a favor de aprovar definitivamente o casamento entre homossexuais, segundo fontes parlamentares.

O governista Frente para a Vitória, facção predominante no Partido Justicialista (peronista), que controla 34 das 72 cadeiras do Senado, acredita que a reforma será aprovada no dia 14 de julho.

Na Argentina só é permitida a união civil entre pessoas do mesmo sexo em quatro cidades, entre elas Buenos Aires. Ao aprovar as uniões homossexuais em 2002, os portenhos criaram um antecedente no país e no continente, sendo o primeiro local a reconhecer os casais homossexuais na América Latina.

Mais de uma dezena de casamentos homossexuais já foram realizados na Argentina, apesar de apelações judiciais de grupos religiosos.

Igualdade de gênero melhora na América Latina

Igualdade de gênero melhora na América Latina

A América Latina e o Caribe mostram progressos significativos no combate à desigualdade de gênero. A conclusão é do Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2010, lançado anteontem, pela Organização das Nações Unidas (ONU). As duas regiões foram as que mais avançaram na proporção de cargos parlamentares ocupados por mulheres, passando de 15% em 2000 para 23% em 2003.

A porcentagem global de mulheres nos parlamentos continua sendo melhorada lentamente, tendo chegado ao recorde de 19% em 2010. Em 1995, apenas 11% dos parlamentares do mundo eram mulheres. Todavia, a meta de 30% dos cargos parlamentares para mulheres está longe de ser alcançada.

Em 26 países, esta meta de 30% de parlamentares mulheres já foi alcançada. Existem sete países em que 40% dos parlamentares são mulheres, entre eles, Ruanda, Suécia , África do Sul e Bolívia.

Entre a legislatura passada e a atual no Brasil, o número de deputadas federais passou de 32 para 45. Mesmo assim, elas ocupam menos de 10% das 513 cadeiras da Câmara. Já em nove países, não há nenhuma parlamentar, como em Comores, Micronésia e Arábia Saudita. Outros 58 países têm 10% ou menos de parlamentares mulheres.

Mas não basta ser parlamentar, é preciso liderar. Até janeiro deste ano, 35 mulheres presidiam parlamentos. Em 1995, só 24 eram presidentes.

Somente 16% dos ministros no mundo são mulheres. Só 30 países no mundo tem mais de uma ministra. Em 16 países do norte da África, Ásia Ocidental, Caribe e Oceania, não há nenhuma mulher na gestão ministerial.

Em 2010, apenas nove dos 151 chefes de Estado eleitos no mundo eram mulheres, o equivalente a 6%. Isso representa uma melhora em relação a 2008, quando só sete mulheres eram chefes de Estado. Na América Latina, a chilena Michele Bachelet (na foto com o presidente Lula) presidiu o seu país até este ano.

A proporção de cargos de nível elevados ocupados por elas também teve o segundo maior avanço no mundo, alcançando a marca de 32% em 2008. Já na Ásia Ocidental, sul da Ásia e norte da África, menos de 10% dos postos de trabalho de alto nível são ocupados por mulheres.

O Direito da Natureza à Vida

Milton Nogueira

A Natureza tem direito à vida. Mesmo que impensável na atual filosofia, o direito inalienável da Natureza deveria ser incluído na constituição. O planeta onde estão rios, pássaros, atmosfera, animais, geleiras, oceanos, plantas e chuvas, faz tudo funcionar em equilíbrio dinâmico, dentro de leis físicas, químicas, botânicas, biológicas que regulam cada fenômeno terrestre. A preservação desse jogo e contra jogo é a garantia de sobrevivência de todas as espécies, especialmente da humana. Sem equilíbrio dinâmico, o complexo sistema terrestre entraria em colapso de proporções bíblicas.

As religiões consideram a natureza uma criatura sagrada, às vezes chamada Jardim do Senhor, o Éden, Nirvana, Valhala, Campos Elíseos, Arcádia.e designam deuses especiais para cuidar dela. Pelo mundo afora há sítios de veneração que são considerados transcendentais justamente porque estão em trechos de rios, montanhas, lagos.

Vários países consagram os direitos dos diferentes pedacinhos do mundo natural, tais os dos animais e das plantas. Rios têm regulamentos de bacias. Os oceanos têm leis de proteção e limites de uso. A Antártida e o Ártico são, em razão de tratados internacionais, intocáveis para exploração comercial de recursos naturais. Até mesmo a Lua e os planetas estão protegidos, sendo as espaçonaves impedidas de levar qualquer bactéria, espécime ou objeto que lhes causem danos. Ou seja alguns pedacinhos têm seus direitos, mas não o todo.

Mas, não falta proteger a Natureza aqui na Terra? Não falta reconhecer que ela tenha seus direitos reconhecidos nas constituições nacionais, tal como já fez o Equador em 2008? Outros países já estudam mudar suas constituições em breve.

Se adotados no Brasil, os direitos constitucionais da Natureza consagrariam a formula ideal de prosperidade para o povo, a busca do equilíbrio e a boa garantia todas as gerações. Está na hora mostrar que um povo magnânimo é aquele capaz de retribuir à mãe terra o que ela nos dá, o pleno direito à vida.

Escritor português José Samarago morre aos 87 anos

José Saramago

O escritor português José Samarago morreu nesta sexta-feira em sua casa em Lanzarote, nas ilhas Canárias, Espanha, aos 87 anos.

Saramago ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1998.

O escritor passou recentemente vários períodos hospitalizado por problemas respiratórios.

Saramago é autor de obras como O Evangelho Segundo Jesus Cristo, A Viagem do Elefante e Ensaio sobre a Cegueira, que foi transformado em filme dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles em 2008.

Falha do glifosato gera temor por uso de agrotóxicos ainda mais violentos

O que leva uma grande corporação a admitir que um de seus principais produtos é falho? A pergunta vem sendo repetida nas últimas semanas, à medida que a Monsanto divulga mais informações de que o glifosato, base de seu principal herbicida, o Roundup, não dá conta das promessas de que seria infalível.

Usado em ampla escala, o produto da principal empresa de sementes e agrotóxicos do mundo foi apresentado durante anos como a solução para se obter uma lavoura com altíssima produtividade e custos mais baixos. A empresa de St. Louis, nos Estados Unidos, desenvolveu para isso as variedades de sementes Roundup Ready, que em tese resultariam nas únicas plantas resistentes à solução à base de glifosato – todo o resto ao redor morreria, inclusive as ervas daninhas que incomodam os produtores.

Mas, hoje, só nos Estados Unidos há 130 tipos de super-ervas daninhas capazes de resistir ao Roundup, a maioria nas plantações de soja e de algodão. A Monsanto aponta que vai buscar uma solução para o caso.

Paulo Kageyama, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, entende que aí está a admissão dos problemas no herbicida: o desenvolvimento de um novo produto. O integrante da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio), órgão responsável pela liberação de novos transgênicos e pela autorização de testes para produtos e agrotóxicos, aponta que é melhor admitir a falha do Roundup para aumentar a importância da eventual solução a ser apresentada. “Essa é a prática da indústria de sementes. Querem ter o domínio do mercado pensando que o avanço da tecnologia é o uso de cada vez mais agroquímicos”, pondera Kageyama.

A promessa da empresa é de que a nova linha chegará ao produtor com custos mais baixos que os atuais. Mas é preciso saber como será essa nova linha, quais seus efeitos para a saúde dos trabalhadores rurais e do consumidor final. Agrotóxicos estão para as plantas como alguns tipos de remédios estão para o corpo humano: quanto mais se usa, menor será o efeito e será preciso recorrer a um novo produto, muitas vezes mais forte que o anterior, com possíveis efeitos colaterais graves.

Por isso, é de se esperar um novo coquetel de agrotóxicos altamente violento. Kageyama teme a confirmação dos rumores de que o novo produto da Monsanto tenha como base o 2,4-D. Esse produto era um dos componentes do Agente Laranja, primeiro herbicida “seletivo” a ter uso comercial. O agente foi utilizado inicialmente na década de 1960, durante a Guerra do Vietnã. A intenção oficial era desfolhar dezenas de milhares de hectares de florestas para evitar ataques-surpresa e acabar com as lavouras que alimentavam as tropas vietnamitas.

Além dos efeitos imediatos sentidos pela população, como intoxicação, o 2,4-D provoca problemas na renovação celular, gerando leucemia – efeito registrado em vários veteranos de guerra dos Estados Unidos.

Outra possibilidade é a ampliação do uso de glufosinato de amônio, aplicado em lavouras de milho e de arroz. A expectativa é de que as demais empresas de biotecnologia busquem o avanço do produto, banido no ano passado em toda a União Europeia. A conclusão dos especialistas consultados pela Comissão Europeia é de que o glufosinato apresenta alta toxicidade, com riscos para os humanos, em especial para as crianças.

“O argumento inicial, que era o benefício ao meio ambiente, já foi enterrado. E economicamente também não vale a pena para o produtor, que tem de usar cada vez mais agrotóxicos e cada vez mais fortes”, argumenta Iran Magno, coordenador da Campanha sobre Transgênicos do Greenpeace.

Questão econômica – “A forma como usamos o glifosato é que acaba gerando complicações. Eu diria que a gente tem informações técnicas que permitem controlar o problema ou até evitar”, afirma Dionísio Grazieiro, pesquisador da Embrapa Soja, a estatal de pesquisa agrícola.

Paulo Kageyama discorda. Ele aponta que os produtores passaram a utilizar amplamente as sementes transgênicas – e os agrotóxicos que as acompanham – graças a uma eficiente estratégia de marketing que prometia alta rentabilidade. “Sempre vão culpar o agricultor, dizer que é ‘burro’. Não que a propaganda é que é enganosa. Esse é o problema da indústria química, que é poderosa e ‘tratora’ tudo”, lamenta.

Uma das explicações para que o Roundup perca efetividade – o uso repetido – tem por trás de si outras duas questões. A primeira é de ordem econômica: se os preços da soja compensam, os produtores acabam optando pela monocultura, que favorece amplamente as ervas daninhas. Por outro lado, há pouca saída para o proprietário. Aquele que opta pelo cultivo de soja transgênica está fadado a pagar royalties cada vez mais altos às empresas de biotecnologia. Deixar de pagar esses direitos de uso tampouco é fácil: a área agricultada teria de ficar algum tempo sem ser utilizada até que recupere a ‘normalidade’. Esta alternativa é penosa e poucos produtores estão dispostos ou têm possibilidades financeiras de arcar com ela.

Os sojicultores têm reagido à Monsanto, acusada de “manipulação” e “imposição de regras”. A Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) decidiu recorrer ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça para barrar o poder da multinacional.

“Se você produzir acima da média de 55 sacas por hectare, tem que pagar um adicional de 2%. Se misturar com convencional, também paga. Eles querem fazer papel de governo”, afirma o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira da Silva, ao jornal Valor Econômico.

“Outro problema é que em algumas regiões a Monsanto estimulou os sementeiros a produzirem muito mais sementes transgênicas do que convencionais. Hoje em dia, é difícil achar a semente convencional para retornar a esse tipo de cultivo”, adiciona Magno, do Greenpeace.

Aparentemente, não haverá saída para este caso, pelo menos a curto prazo. O anseio por retorno econômico imediato segue sendo a arma para convencer os produtores de que o melhor é optar pelas variedades transgênicas, mesmo que isso signifique o uso cada vez maior de agrotóxicos. E, caso o uso de 2,4-D passe a ser difundido, os riscos para a saúde se incrementam.

“É o uso de cada vez mais agrotóxicos como um sinônimo de avanço tecnológico. Estamos vivendo um momento muito difícil”, pontua Kageyama, e finaliza: “Todas as coisas que a gente acha que deveriam avançar na biossegurança, eles acham que deve ser a biotecnologia pela biotecnologia.

Cala Boca Galvão chega ao NY Times: Ele é uma máquina de lugar comum

O NY Times de hoje publicou uma reportagem sobre o fenômeno mundial que é este vídeo que finge proteger a espécie galvão, como se fosse uma ave da Amazônia, e na verdade é sobre Galvão Bueno, uma máquina de dizer lugar comum.

O fenômeno “Cala Boca Galvão” gerou outro vídeo que já se tornou um sucesso, nele, vemos o próprio Adolf Hitler, desesperado, a dizer Cala Boca Galvão.

Apelo: Prêmio Nobel da Paz 2011 para as mulheres africanas


A África caminha com os pés das mulheres. No desafio da sobrevivência, todos os dias centenas de milhares de mulheres africanas percorrem as estradas do continente à procura de uma paz duradoura e de uma vida digna. Num continente massacrado há séculos, marcado pela pobreza e sucessivas crises econômicas, o papel desenvolvido pelas mulheres é notório.

A campanha, nascida na Itália, já percorre o mundo para incentivar a entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2011 para as mulheres africanas.

A proposta é da CIPSI, coordenação de 48 associações de solidariedade internacional, e da ChiAma África, surgida no Senegal, em Dakar, durante o seminário internacional por um Novo Pacto de Solidariedade entre Europa e África, que aconteceu de 28 a 30 de dezembro de 2008.

Chama a atenção a luta e o crescente papel que as mulheres africanas desenvolvem, tanto nas aldeias, quanto nas grandes cidades, em busca de melhor condição de vida. São elas que sustentam a economia familiar realizando qualquer atividade, principalmente na economia informal, que permite cada dia reproduzir o milagre da sobrevivência.

Existem na África milhares de cooperativas que reúnem mulheres envolvidas na agricultura, no comércio, na formação, no processamento de produtos agrícolas. Há décadas, elas são protagonistas também na área de microfinanças, e foi graças ao microcrédito que surgiram milhares de pequenas empresas, beneficiando o desenvolvimento econômico e social, nas áreas mais remotas até as mais desenvolvidas do continente.
Além de terem destaque cada vez mais crescente na área de geração de emprego e renda, as mulheres, com seu natural instinto materno e protetor, lutam pela defesa da saúde, principalmente, contra o HIV e a malária. São elas, as mulheres africanas, que promovem a educação sanitária nas aldeias. E, além de tudo, lutam para combater uma prática tão tradicional e cruel na região: a mutilação genital.

São milhares as organizações de mulheres comprometidas na política, nas problemáticas sociais, na construção da paz.
Na África varrida pelas guerras, as mulheres sofrem as penas dos pais, dos irmãos, dos maridos, dos filhos destinados ao massacre e sabem, ainda, acolher os pequenos que ficam órfãos. “As mulheres africanas tecem a vida”, escreve a poetisa Elisa Kidané da Eritréia. Sem o hoje das mulheres, não haveria nenhum amanhã para a África.

Em virtude de toda essa luta e para reconhecer o papel de todas elas é que surgiu a proposta de lançar uma Campanha Internacional para dar o Prêmio Nobel da Paz de 2011, a todas as mulheres africanas. Trata-se de uma proposta diferente, já que esta não é uma campanha para atribuir o Nobel a uma pessoa singular ou a uma associação, mas sim, um Prêmio Coletivo, a todas essas guerreiras.

A ideia é lançar um manifesto assinado por milhões de pessoas, por personalidades reconhecidas internacionalmente e criar comitês nacionais e internacionais na África e em outros continentes. Além de recolher assinaturas, a campanha deve estimular também encontros organizados com mulheres africanas, convenções e iniciativas de movimento.

Nós, latino-americanos e latino-americanas, temos muito sangue africano em nossas veias e em nossas culturas. Vamos gritar nossa solidariedade com a África assinando a petição.

A criatividade dos Movimentos Sociais e Populares, das ONGs, grupos religiosos, universidades, sindicatos, etc., pode inventar mil atividades para difundir essa iniciativa e colocar a mulher africana no centro da opinião pública do mundo.

Pode-se criar comitês, eventos com debates sobre a África, show de artistas locais, palestras nas universidades, nos bairros, nas praças, lançamentos da coleta de assinaturas, etc. Nossa criatividade vai fortalecer os caminhos da África.

Os membros da campanha são todos aqueles que assinarem a petição online. E para fazê-lo é simples.
Para mais informações, contate a Campanha pelo endereço: info@noppaw.org ou segretaria@noppaw.org ou no site http://www.noppaw.org/

*Matéria originalmente publicada no site Adital