Arquivo mensal: novembro 2009

Número de novas infecções por Aids diminuiu 17% desde 2000, diz ONU

HIV

No total, 2,8 milhões de pessoas contraíram o vírus em 2008

O número de novos infectados pelo vírus da Aids no mundo diminuiu 17% entre 2000 e 2008, segundo o relatório anual da Unaids, agência das Nações Unidas para o combate à Aids, publicado nesta terça-feira em Genebra, Suíça, em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o relatório, a diminuição no número de novos casos da doença se deve, principalmente, à prevenção.

A agência da ONU ainda aponta o Brasil como um exemplo na implementação de políticas de prevenção à Aids.

“A América Latina oferece exemplos fortes de liderança na prevenção ao vírus HIV. Em particular, o Brasil, que vem sendo apontado por ter implementado cedo medidas de prevenção ao vírus HIV que ajudaram a atenuar a gravidade da epidemia no país”, diz o documento divulgado nesta terça-feira.

No total, 2,8 milhões de pessoas contraíram o vírus HIV no ano passado, sendo 1,9 milhão na África subsaariana, região mais afetada do planeta.

A menor progressão foi registrada na região da Oceania, com 3 mil novos casos.

Longevidade

Apesar disso, a quantidade de pessoas portadoras do vírus HIV continua crescendo. Em 2008, 33,4 milhões de pessoas viviam com a doença em todo o mundo, contra 29 milhões em 2001.

A Unaids explica que o aumento no número de pessoas infectadas se deve aos novos casos, mas também à eficiência dos tratamentos antirretrovirais, “que têm permitido uma maior longevidade dos doentes”.

Segundo a agência, nos países de baixa renda ou em desenvolvimento, entre eles o Brasil, os dados também indicam que o maior acesso ao tratamento tem contribuído para aumentar a longevidade dos infectados.

“No Brasil, que tem disponibilizado tratamento gratuito desde 1996, a sobrevida depois do primeiro diagnóstico da doença passou, no Estado de São Paulo, de quatro meses, entre 1992 e 1995, para 50 meses, entre 1998 e 2001”, diz o relatório.

Ainda segundo os dados da Unaids e da OMS, desde o início da epidemia de Aids, 60 milhões de pessoas já foram infectadas pelo vírus em todo o mundo, e 25 milhões morreram em decorrência da doença.

A maior incidência continua sendo na África subsaariana, onde 22,4 milhões de pessoas são portadoras do vírus HIV. Na América Latina, o número de portadores é de 2 milhões.

Por trás das pirâmides, lixo

Visitar o Egito é um dos roteiros preferidos dos brasileiros. Geralmente, roteiro incluídos no chamado “turismo religioso”: grupos de cristãos que vão visitar a Palestina e os “lugares santos”. Como mostra a reportagem abaixo, o “turismo religioso” não inclui a visita aos lugares onde hoje moram os cristãos do Egito… Imagino que, se alguma agência de turismo incluir uma visita aos “descendentes de Cristo” que moram no Egito…

A menos de vinte minutos das pirâmides de Gizé, principal ponto turístico do Egito, está um lugar que não figura entre os cartões-postais. A Cidade do Lixo é como um canto escondido da capital, Cairo, um tanto por suas imagens chocantes e seus odores repugnantes, mas também por ser a casa da minoria cristã do país. Cerca de 30 mil habitantes vivem praticamente isolados, a coletar e transformar lixo em mercadoria. São os zabbalin, o povo que faz do lixo a sua própria identidade.

“Sou muito feliz e não penso em sair daqui. Esta é a minha vida: encontrar frutas e alimentos em bom estado nestes restos orgânicos”, explica uma das moradoras do bairro, enquanto enfia os braços num saco preto, já tomado por moscas.

O cheiro é de revirar o estômago, mas a mulher manuseia o saco com naturalidade. Os zabbalin parecem nem se importar com as montanhas de dejetos que invadem suas casas. Tudo que é descartado pela população do Cairo vai para a Cidade do Lixo e por vezes até vira brinquedo para as crianças ou objeto de decoração no lar dos zabbalin.

A cidade está localizada na base da montanha Mokattam, que significa “montanha partida”. Segundo uma lenda local, foi palco de um milagre no século X. Naquela época, os cristãos foram desafiados a provar o poder de sua religião. Caso contrário, seriam expulsos do país ou mortos. O desafio: mover a montanha ao fim de três dias apenas com a força da fé.

Centenas de bispos e arcebispos se aglomeraram ao pé da montanha para rezar, mas, diz a lenda, foi um sapateiro chamado Simão quem operou o milagre. A Mokattam se abriu e foi possível ver o sol do outro lado. Depois disso, muitos muçulmanos teriam se convertido ao cristianismo.

Para celebrar o milagre, os cristãos construíram no interior da montanha a Igreja de São Simão, com o formato semelhante ao de uma caverna. As paredes de pedra ganharam ilustrações que detalham o feito do sapateiro. A igreja é bonita e limpa, bem diferente do bairro que dorme aos seus pés.

Os zabbalin, cristãos, estão quase sempre em pé de guerra com o governo egípcio. Em abril deste ano, centenas deles se confrontaram com a polícia após o presidente Hosni Mubarak ter ordenado o sacrifício de todos os porcos do país (cerca de 350 mil) com a justificativa de evitar a disseminação da gripe suína. A Organização Mundial da Saúde afirmou que os animais não transmitem a doença, mas o Egito não interrompeu a matança, mesmo sob protestos internos e externos. O jornal egípcio Al-Masri Al-Youm contou que os funcionários do governo usavam uma pá para jogar os animais vivos em grandes caminhões de lixo, depois os esfaqueavam e os empilhavam.

A polêmica cresceu porque a carne de porco é proibida na dieta dos mulçumanos, cerca de 90% da população egípcia. Por isso, a medida foi encarada como uma provocação aos cristãos. Os porcos tinham papel importante na Cidade do Lixo: comiam os restos orgânicos recolhidos pela comunidade. Sem eles, os zabbalin não conseguem eliminar todo o lixo orgânico.

O governo disse ter agido não apenas no combate à gripe suína, mas para levar mais higiene à região. Há muito os moradores esperam, em vão, melhorias neste quesito. Em outras ocasiões, companhias particulares foram contratadas para fazer a limpeza no Cairo. Mas nunca deram conta do montante produzido pelos quase 8 milhões de habitantes da maior cidade do país e pouco mudou para os zabbalin, que permaneceram como principais coletores.

“O governo diz querer limpar a Cidade do Lixo, mas não entende as consequências na vida desses catadores. Acabar com o lugar trará problemas econômicos e sociais para o Cairo”, afirma Syada Greiss, diretora da Associação de Proteção do Meio Ambiente, organização não-governamental que realiza oficinas de reciclagem no local.

Os zabbalin são responsáveis pela coleta de quase 60% do lixo da cidade e não recebem nada do governo. A comunidade sobrevive da venda, principalmente, de plástico e papelão para fábricas de reciclagem. Cerca de 90% das 7 toneladas de lixo levadas pelos caminhões diariamente são reaproveitadas. Todos participam do processo, de crianças a idosos. Normalmente, os homens fazem a coleta e as mulheres cuidam da seleção. Na maioria das famílias, apenas o filho mais velho frequenta a escola. O sistema é o mesmo desde o fim da década de 40, quando camponeses migraram para o Cairo à procura de trabalho e passaram a catar lixo.

As famílias que não sobrevivem dessa atividade são exceção. Marian Rifaat e seus quatros filhos fazem parte dessa minoria. Ela é dona de uma venda de frutas e faz questão de que seus filhos frequentem a escola. “Não trabalho com lixo, não gosto. Quero uma vida melhor para os meninos. Mesmo assim, não penso em me mudar, estou aqui há 30 anos, pertenço a este lugar.”

Separada dos centros mais movimentados do Cairo pela montanha Mokattam, a população da Cidade do Lixo parece mesmo viver uma realidade à parte. Animais dividem espaço com as pessoas nas ruas estreitas, mulheres e crianças andam descalças e maltrapilhas, mas ninguém parece se importar. A maioria não gosta de ser fotografada ou de dar entrevista. Preferem permanecer quase invisíveis, independentes de um governo no qual não confiam, e isolados de uma cidade da qual não se sentem parte.

Rio Grande do Sul: um Estado sem norte

Abaixo mais um excelente artigo-análise da situação política do Rio Grande do Sul. A autoria é de

O atual cenário político no Rio Grande do Sul é de incertezas. Incertezas e confusão. Se até alguns meses se podia trabalhar com a idéia de um confronto entre o PT e o PSDB, entre Tarso Genro e Yeda Crusius, hoje há inúmeras possibilidades. Neste momento, a mais provável é o lançamento de várias alternativas, cada uma delas se apresentando aos eleitores gaúchos como a verdadeira portadora da ética, da justiça e do desenvolvimento.

Esta semana, foi a vez dos trabalhistas (PDT e PTB, mais o DEM) lançarem um balão de ensaio afirmando a possibilidade de candidatura própria por uma terceira via. Semana passada foi o PSB, com o deputado Beto Albuquerque, quem tentou colocar-se no partidor como alternativa.

No campo governista, a crise é tão grande que a agenda mínima possível é simplesmente não permitir que a governadora caia. Para isso, fez-se necessário um pacto de silêncio e proteção que faria inveja a máfia siciliana. Tal grau de proteção para Yeda Crusius só é possível porque existe um ambiente social que o permite. Ou seja, do ponto de vista eleitoral, Yeda não é carta fora do baralho e, se é provável que fique fora do segundo turno em 2010, também é possível que venha a ser decisiva no processo.

Se há conflitos intransponíveis na situação, por exemplo, entre a governadora e seu vice, na oposição o quadro não é muito diferente. Tarso Genro até agora conseguiu unificar o seu partido, mas convencer o PT gaúcho de que ele precisa abrir mão de posições para outras forças já são outros quinhentos. O resultado é que hoje o mais provável é que Tarso concorra sozinho no primeiro turno, e tenha de enfrentar antigos aliados, como o socialista Beto Albuquerque, o PCdoB e possíveis aliados mais recentes, como petebista Luis Augusto Lara, lançado candidato a governador pela sigla. Mas, claro, nada disso impede Tarso de sonhar em ser o próximo governador.

Análises mais rigorosas colocam o PMDB gaúcho no campo da direita. O eleitor, contudo, tem a memória do compromisso do MDB com a luta democrática e ainda hoje compreende os candidatos peemedebistas como alternativas de centro. Hoje, o velho MDB é o responsável pelo círculo de silêncio que garante a possibilidade de Yeda continuar governadora. Conudo, o PMDB, com José Fogaça, prefeito de Porto Alegre, ou Germano Rigotto, ex-governador, trabalha intensamente para retornar ao Palácio Piratini. No momento, tudo indica que Fogaça, numa inflexão pró-Serra, seja o candidato de centro “para derrotar o PT”.

Socialistas, capitalistas, petistas, pepistas, trabalhistas, liberais, comunistas, social-democratas e democratas – todos, todos no Rio Grande do Sul têm uma coisa em comum: estão sem norte.

Vamos ver o que povo diz
Caetano Veloso, entre seus arroubos de genialidade, tem um verso que considero chave para entender o país: “Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína”. Escrito antes do desastre neoliberal, e muito antes do analfabetismo político confesso criticando nosso presidente (meu e dele, também), o verso faz parte de uma música que anuncia o novo/velho Brasil fora da ordem, “fora da nova ordem mundial”.

Fui entender de onde Caetano tirou essa idéia quando viajei pelo sul da Bahia há uns quinze anos. Na época, fiquei impressionado com a quantidade de construções populares abandonadas pela metade. Passando de cidade em cidade num ônibus pinga-pinga pude ver que na Bahia tudo era construção e já era ruína. Parecia que o povo fazia um enorme esforço, investia suas economias e sua energia num projeto, mas era obrigado a abandonar antes de chegar ao fim. Também lembro que o número de homens parados, conversando de manhã, de tarde ou de noite me impressionou. Nunca havia visto tanta gente reunida em grupos dispersos sem nada para fazer.

Recentemente voltei à Bahia. Vi muitas construções novas e não encontrei mais a paisagem da desocupação de quinze anos atrás. Encontrei uma Bahia “fora da nova ordem mundial” que soube, como o Brasil, fortalecer-se e superar-se diante da crise. Sinceramente, não sei se isso é corroborado pelos números frios da economia e das taxas de crescimento, mas a impressão que me ficou foi essa.

A ordem e a desordem em comum
Tudo muito diferente do Rio Grande do Sul. Quando o povo baiano lutava há quinze anos contra as ruínas, no Rio Grande do Sul montávamos sonhos de poder à esquerda, à direita e ao centro. O Rio Grande do Sul, em geral, prosperava fora da ordem brasileira. A cada período de quatro anos vínhamos e seguimos perseguindo a ordem e a contra-ordem mundial. Oscilamos entre alternativas neoliberais, socialistas e centristas com grande radicalidade, todas muito bem ordenadas ou contrárias à ordem.

Fizemos muito no Rio Grande. Mas não tivemos a capacidade que o Brasil teve de construir o novo, de superar padrões e conceitos. Ficamos aprisionados no pampa gaúcho aos velhos dogmas. A arrogância gaúcha – “sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra”, afirma o hino do Estado – norteou todas as construções políticas do pampa. Quem não lembra de Leonel Brizola dando lições de política? De Pedro Simon ensinando ética? De Antônio Britto, defensor da cartilha privatista? Do PT de Porto Alegre, demiurgo do Orçamento Participativo e do Fórum Social Mundial?

Hoje, a desordem gaúcha, a falta de projeto e de comando, produz o mesmo que a ordem baiana sob ACM: confusão e atraso. Ainda não se vê grupos de “gaúchos a pé” na beira das estradas conversando, mas as rodas de chimarrão que ainda existem já são cada vez mais longas. E lentas.

O convencimento do povo gaúcho hoje é de que sua elite de direita, de centro ou de esquerda não possui ética. Que suas estruturas de poder – Estado, Detran, Tribunal de Contas, Prefeituras, etc, etc – estão corrompidas. E pari passo com o conjunto do povo brasileiro, o povo gaúcho não chega a ver grande problema nisso. O problema que o povo vê é que hoje o Rio Grande está tomado pela mediocridade, pela falta de iniciativa, pela ausência de projetos, pelo pensar rasteiro, pela política miúda.

O Rio Grande do Sul hoje é um Estado sem norte e suas lideranças batem cabeça tentando entender o que se passa, mas têm enorme dificuldade.

É neste cenário de incertezas em que a democracia (ou a falta dela) demonstra o seu valor. Por sorte, neste país que venceu a crise com a força do trabalho, hoje temos uma democracia razoavelmente sólida. E ano que vem, 2010, o povo gaúcho vai decidir o rumo que quer tomar. Eu, de minha parte, como Caetano, apenas digo que “não espero pelo dia em que todos os homens concordem. Apenas sei de diversas harmonias bonitas possíveis sem juízo final”.

Cardeal Walter Kasper: “Não se trata de proselitismo, não roubamos os fiéis da outra Igreja”.

Durante a semana passada, celebrou-se em Chipre a reunião da Comissão mista internacional para o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa em seu conjunto, que discutiu a questão do primado do Bispo de Roma no primeiro milênio. Sobre esta reunião, apresentamos uma entrevista com o cardeal Walter Kasper, co-presidente da Comissão mista e presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos.

* * *

Cardeal Walter KasperEminência, nestes dias o senhor abordou a questão do primado do Papa com os ortodoxos. Há resultados?

Posso dizer que temos dado pequenos passos avante. Não há grandes resultados, mas devemos ter em mente que estava em discussão um argumento difícil e delicado, cuja simples menção, até há pouco tempo, era suficiente para desencadear polêmicas nos ambientes ortodoxos. O mais importante é que todos os membros da Comissão mista, formada tanto por católicos como por ortodoxos, reiteraram sua firme resolução de continuar o diálogo e buscar um acordo sobre a doutrina do primado. Certamente, isso demandará tempo, mas o caminho está assinalado e ninguém quer voltar atrás.

Tratemos de explicar, também para quem não é teólogo, em que ponto se encontra a discussão…

Nestas reuniões temos examinado a questão do primado do Bispo de Roma no primeiro milênio. Parece-me que surgiu um acordo unânime sobre o fato de que não se tratava simplesmente de um primado honorífico. É algo mais. No momento, sem dúvida, não há acordo sobre como definir exatamente esta forma de autoridade. Devemos continuar discutindo.

Um membro autorizado da Comissão, o bispo ortodoxo Gennadios, disse que os trabalhos procedem muito lentamente…

E eu estou totalmente de acordo com ele! Porém, devemos nos perguntar o porquê. Nosso método de trabalho remonta há trinta anos atrás, quando foi constituída a Comissão mista para o diálogo teológico com os ortodoxos em seu conjunto, o que implica a participação de todas as Iglesias autocéfalas, cada uma com seus delegados e com suas posições. Se houver uma proposta para agilizar os trabalhos, esta será bem aceita.

Recentemente o senhor afirmou que terminou a estação de frio intenso entre católicos e ortodoxos. Isso quer dizer que as relações se fizeram muito calorosas?

Estamos em alta temporada com os ortodoxos. Porém, até mesmo no verão às vezes há grandes temporais. Aqui0 em Chipre vimos um temporal repentino, mas, felizmente, passageiro. A contestação pública de um grupo de fanáticos contrários ao diálogo com a Igreja Católica foi condenada imediatamente pelo arcebispo Chrysostomos II (número um da Igreja ortodoxa do Chipre) e também pelo Santo Sínodo da Igreja de Grécia.

As contestações perturbaram os seus trabalhos?

Absolutamente não. Bom, elas criaram um pouco de incômodo naqueles que nos hospedaram. Porém, eu lhes disse que no Ocidente estamos acostumados às minorias barulhentas. Fui decano da universidade depois dos anos 68 e me recordo que as contestações estavam na ordem do dia.

Eminência, a Igreja Católica abre as portas ao regresso dos anglicanos. Que impacto essa decisão histórica terá sobre o diálogo ecumênico?

O assunto não foi conduzido pelo Conselho para a Unidade dos Cristãos, mas sim pela Congregação para a Doutrina da Fé. Obviamente, não estávamos informados. Devo limpar o terreno das interpretações falsas: não se trata de proselitismo, não roubamos os fiéis da outra Igreja. O Papa respondeu a um pedido premente de alguns setores da Igreja anglicana. Um gesto de grande apertura e acolhida realizado em espírito de diálogo. Neste sentido, terá um reflexo positivo sobre o ecumenismo.

Crise econômica e desemprego

Um relatório divulgado nesta quinta-feira pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) indica que a crise financeira internacional fará neste ano com que nove milhões de pessoas passem a viver em situação de pobreza na região.

O estudo, intitulado Panorama Social da América Latina 2009, diz que a pobreza na área aumentará neste ano 1,1% e a indigência, em 0,8%, em relação a dados de 2008.

Com isso, de acordo com as projeções da Cepal, o total de pobres na região saltaria de 180 milhões para 189 milhões, equivalente a 34,1% da população da América Latina ou a um Brasil inteiro.

Já as pessoas em situação de indigência passariam de 71 milhões para 76 milhões (13,7% da população do continente).

No relatório, a Cepal considerou em situação de pobreza pessoas que não têm renda familiar mensal suficiente para comprar uma cesta básica e também pagar por serviços básicos, e em situação de indigência quem sequer tem renda familiar mensal para comprar a cesta básica de alimentos.

Meta do Milênio

A Cepal alerta que estes dados mostram “uma mudança na tendência de redução da pobreza que vinha sendo registrada na região” nos últimos anos.

A secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, disse que tal tendência de redução só foi possível devido ao maior crescimento econômico regional, o incremento do gasto social e melhorias distributivas.

Bárcena ressaltou a “urgência de que a região (América Latina e Caribe) trabalhe num novo sistema de proteção social de longo prazo”.

“Não podemos dizer que deixamos perder as conquistas alcançadas entre 2002 e 2008. No entanto, este aumento da pobreza nos obriga a agir. Devemos repensar os programas de proteção social, com uma visão estratégica de longo prazo e medidas que possam aproveitar o capital humano e protejam o ingresso das famílias e grupos vulneráveis.”

Bárcena observou ainda que o aumento da pobreza atrasará na região o cumprimento da primeira Meta de Desenvolvimento do Milênio da ONU – erradicar a pobreza extrema e a fome até 2015.

O comunicado da Cepal não cita o Brasil, especificamente, mas diz que países que tiveram redução do Produto Interno Bruto (PIB) e aumento do desemprego, como o México, sofrerão maior incremento dos seus níveis de pobreza e indigência do que os demais países da região.

No caso do Brasil, este efeito seria menor, já que o impacto da crise internacional no PIB brasileiro foi menor do que o temido inicialmente.

Componente químico de plásticos 'afemina' meninos, diz estudo

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos indica que a exposição de gestantes a certas substâncias presentes na composição de plásticos pode mudar o comportamento de seus filhos do sexo masculino, fazendo com que eles fiquem “mais femininos”.

De acordo com o estudo, de pesquisadores da University of Rochester, alguns tipos de compostos químicos conhecidos como ftalatos interferem no desenvolvimento do cérebro, bloqueando a ação do hormônio masculino testosterona nos bebês.

Os ftalatos são encontrados em embalagens para alimentos, certos tipos de pisos e cortinas plásticas, colas, corantes e artigos têxteis, entre outros itens. Há vários tipos dessa substância, e alguns simulam o efeito do hormônio feminino estrogênio.

A equipe de pesquisadores, liderada por Shanna Swan, testou amostras de urina de gestantes a partir da metade da gravidez procurando por traços de ftalatos.

As mulheres deram à luz 74 meninos e 71 meninas. Quando os meninos tinham entre quatro e sete anos, os pesquisadores perguntaram às mães sobre seus brinquedos e brincadeiras preferidos.

Eles verificaram que a presença de dois tipos de ftalatos, o DEHP e o DBP, tinha relação com a forma de brincar das crianças.

Ftalatos

  • Há vários tipos de ftalatos e os mais usados são tidos como totalmente seguros por órgãos reguladores
  • DEHP: Usado para amaciar PVC e em produtos como pisos
  • DBP: Usado como plastificante em colas, corantes e tecidos

Os meninos expostos a altas doses desses compostos apresentaram menor tendência a brincar com carros, trens ou armas de brinquedo e a participar de brincadeiras mais agressivas, como lutas.

Banidos na UE

Já se sabia que as substâncias interferem na ação de hormônios no organismo e, por isso, elas foram banidas de brinquedos na União Europeia há alguns anos.

A equipe responsável pelo novo estudo também já havia provado a associação entre a substância e meninos nascidos com anomalias nos genitais.

“Nossos resultados precisam ser confirmados, mas são intrigantes em muitos aspectos”, disse Swan.

“Não apenas são consistentes com descobertas anteriores, associando os ftalatos a alterações no desenvolvimento dos genitais, mas também são compatíveis com conhecimentos atuais sobre como os hormônios moldam as diferenças sexuais no cérebro e, portanto, o comportamento.”

A pesquisa foi divulgada na publicação científica International Journal of Andrology.

Igreja Católica Romana no Peru

A situação da Igreja Católica Romana no Peru é uma das mais complexas e difíceis da América Latina. Berço simbólico do nascimento da Teologia da Libertação graças à figura de Gustavo Gutierrez, o Peru também se converteu num lugar de reação exemplar dos setores mais reacionários da Igreja Católica. Na atualidade, metade do episcopado peruano pertence a grupos ultra-conservadores do catolicismo tais como Opus Dei e Comunione et Liberatione.

O texto abaixo é da autoria de Irmão Hugo Caceres Guinet, da Congregação dos Irmãos de Jesus. Teólogo conhecido no Peru e ampla parte da América Latina, Ir. Hugo enviou esta carta pessoal pedindo seja divulgada para que se torne conhecida a situação da Igreja e a perseguição movida pelo Cardeal de Lima a teólogos e teólogas daquele país, no caso específico, ao conhecido biblista Eduardo Arens.





Carta de apoyo al padre Eduardo Arens, S.M.

y de rechazo a la actitud intolerante del cardenal de Lima Juan Luis Cipriani

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La hostilidad que provoca en Mons. Juan Luis Cipriani cualquier situación que escapa de su control o que desafía su limitada comprensión de la realidad peruana y eclesial, es suficientemente conocida como para recurrir a ella y argumentar en favor de mi profesor, amigo y colega Eduardo Arens. Además de sus conocidas rabietas, rociadas de lenguaje grosero que ponen en situación embarazosa a la Iglesia peruana y a sus propios cofrades del Opus Dei, son también ampliamente reconocidas las ambiciones de poder que conducen a Cipriani a actuar de modo arbitrario, arrogante y caprichoso, como lo prueban multitud de sacerdotes y religiosos que se han visto obligados a emigrar de la Arquidiócesis de Lima, porque los ha despojado de casas de retiro y parroquias. Está de más recordar que la ambición máxima del purpurado es asumir el control absoluto de la Universidad Católica, deseo que se ha visto frustrado por la acción eficaz de nuestra primera casa de estudios. Pero todo esto no sería más que fruto de un dudoso exceso de celo, comprensible en un arzobispo de escasos recursos teológicos y torpeza pastoral si es que además Cipriani no hubiera sido un permanente obstáculo de las investigaciones al régimen dictatorial y corrupto de Fujimori, un decidido enemigo de la Comisión de la Verdad y Reconciliación y un obcecado enemigo de la defensa de los derechos humanos[1].

Destruye lo que no comprendes, parece ser el lema pastoral del cardenal Juan Luis. Sus berrinches acompañados de improperios, que son bastante conocidos y divulgados sotto voce por los temerosos clérigos que lo rodean, se han dirigido de modo sistemático contra cualquier teología que exija un mínimo de esfuerzo intelectual. Un razonamiento complejo que requiera comprender dos proposiciones antes de arribar a una conclusión parece que desafía la simple fe del pastor y pone en figurillas a sus asesores teológicos. Cipriani se ha convertido en la Iglesia peruana en un alma gemela del general Artola de los años de la dictadura militar; prueba de esto es que en los corredores del palacio arzobispal y la Facultad de Teología circulan varios chistes sobre el escaso cacumen del mitrado. Por otro lado esto no tuviera nada de objetable si sólo se tratara de desinformación teológica o una simple deficiencia de formación, después de todo el razonamiento teológico es deseable pero no es causa eficiente para lograr la santidad ni para el ejercicio de pastor. Sin embargo, incapacidad teológica y ausencia de humildad, sí son una combinación fatal, deplorable en los llamados príncipes de la Iglesia.

Ya que la situación actual de la exégesis católica exige comprensión de la complejidad de la Sagrada Escritura, espíritu orante para estar en sintonía con la Palabra y una vasta información respecto de los documentos que emanan de la Pontificia Comisión Bíblica, requisitos que no están al alcance de monseñor Cipriani, no es de extrañar que sus temores y ansiedades se hayan dirigido desde hace más de una década al primer biblista del Perú, el padre Eduardo Arens, sacerdote religioso marianista, doctor en teología bíblica en la Universidad de Friburgo y destacado miembro de diversas asociaciones internacionales de biblistas. El recorrido intelectual y la integridad moral del padre Eduardo son tan reconocidas en el mundo eclesial peruano y más allá de nuestras fronteras, entre los religiosos y laicos estudiosos de la Biblia como la dureza de mente y corazón del cardenal de Lima. Eduardo Arens ha influido positivamente en la formación teológica de numerosas generaciones de religiosos y sacerdotes que hoy día ejercemos la docencia y diversidad de ministerios en la Iglesia peruana, que ha encendido los celos cardenalicios al punto de despojar a Eduardo de la missio canonica, es decir del permiso para enseñar. Una comunicación de agosto del presente año al Instituto Teológico Juan XXIII de Lima, donde Eduardo Arens es profesor principal de Biblia, ha sido el manotazo que Cipriani ha lanzado al religioso marianista, afirmando que no le concederá el permiso de enseñar de forma tajante y definitiva. Esta orden cuidadosamente protegida por las discretas autoridades de esa institución, no podía mantenerse más tiempo en secreto porque el Instituto Teológico Juan XXIII es una institución dependiente de los superiores religiosos que envían a estudiar a sus jóvenes a tal centro teológico y por medio de estos provinciales conozco no sólo la inminente prohibición de enseñar a Eduardo sino además a otros dos expertos profesores.

La campaña de Cipriani contra Eduardo no tiene sólo carácter doctrinal. ¡Qué saludable sería para el mundo teológico limeño un diálogo de un arzobispo preocupado por la ortodoxia y de un biblista que desgrana las riquezas de la Palabra de Dios, esto llenaría los balcones de la Plaza Mayor de Lima! Pero es imposible de esperar esta actitud dialogal en Cipriani cuya única herramienta pastoral es la amenaza y que jamás se atrevería ni siquiera a poner por escrito las razones teológicas por las que se opone con tanta saña a un teólogo. En el fondo la enemistad del cardenal con Eduardo hunde sus raíces en la ambición. Se debe a que, como sacerdote marianista, Arens predica en la parroquia de Santa María Reina, cuya audiencia incluye a un poderoso sector económico y político de la ciudad y a muchas otras personas que, aunque ya no viven entre San Isidro y Miraflores, acuden a la misa de Eduardo desde otros barrios igualmente ricos, porque prefieren el estilo directo, franco y agudo de Eduardo que dista mucho de los aburridos sermones de corte moralista y reprochador, que cada vez son más frecuentes en Lima, incluidos los del señor cardenal. La predicación de Eduardo es sobre todo humana y recurre al Evangelio para iluminar la vida común de los fieles y animarlos a practicar la fe más allá de los reclinatorios de la iglesia ¿Qué podría incomodar más a Juan Luis que el padre Arens tenga como auditorio a la clase social que más apetecen controlar el Opus Dei y otros grupos afines por medio de su jerarca? ¿Enrojecerán las mejillas del cardenal, como su vistoso traje, cuando escucha los sermones que hace grabar por sus espías en Santa María Reina, al comprobar
la integridad de Eduardo quien se dirige a los poderosos de la ciudad después de ejercer una labor ministerial en los pueblos jóvenes de Lima? Algunos allegados me han comentado que el retiro de la missio canonica a Eduardo Arens fue un viejo anhelo del cardenal quien ha afirmado que no le permitirá enseñar “mientras sea arzobispo de Lima”. Es obvio que Juan Luis no conoce lo que es la conversión, porque si actuara pastoralmente dejaría por lo menos la oportunidad de una futura corrección y reconciliación. Pero es obvio que aquí se trata de iras no santas.

He comentado con muchos amigos y amigas que tienen autoridad en la Iglesia peruana de la triste situación que los jóvenes religiosos y seminaristas van a experimentar el próximo año si se le cierran las puertas de las aulas a nuestro más ilustre biblista. Eduardo ama la enseñanza pero sobre todo detesta la mediocridad y nunca va a dejar de ser una presencia incómoda para todos los que se contentan con verdades de conveniencia y prefieren no enojar a los jerarcas de turno. Mis amigos y colegas han demostrado simpatía por Eduardo y vergüenza por las herramientas a las que recurre la máxima autoridad de la arquidiócesis de Lima. Pero también ellos me han explicado que si se oponen públicamente a las medidas autoritarias del cardenal, se exponen a sufrir las mismas consecuencias y poner en peligro su permanencia en el territorio de la arquidiócesis de Lima lo que pondría también en vilo las numerosas obras sociales, en particular la educación, salud y alimentación de los más pobres. ¡Qué lástima que el temor sea el único sentimiento que provoca un pastor sobre su grey!

Si Cipriani estuviese convencido que Eduardo está equivocado teológicamente se preocuparía por ayudarlo a corregir sus errores, pero esta jamás ha sido su actitud, a pesar de que Eduardo solicitó por diversos canales la posibilidad del diálogo. Más bien ha planificado destruir a la persona y no combatir con razones la incómoda predicación en el templo o en las aulas. Así se ha hecho merecedor del reproche del profeta Ezequiel a los pastores perversos: “No fortalecen a las ovejas débiles, no curan a las que están enfermas, no vendan a las que están heridas, no traen a las descarriadas, ni buscan a las perdidas, sino que las dominan con dureza y crueldad” (Ez 34,4). Ya no vivo en Lima, si no pegaría con cinta adhesiva esta carta en la puerta de la catedral. Para mí, como religioso peruano, una prohibición a otro religioso sin mediaciones dialogales no es sólo un insulto a la inteligencia, también es un acto contrario a la dignidad de la vida religiosa.

Convoco a la multitud de exalumnos de Eduardo, muchos de ellos en posición de importancia en la Iglesia peruana, que expresemos de todos los modos posibles nuestro rechazo a las actitudes intransigentes e infantiles de quien anhela con tantas ganas llegar a ser el Presidente de la Conferencia Episcopal Peruana, cargo que sus hermanos obispos han visto imprudente dejar en manos de tan irascible prelado. Cipriani suele esgrimir el argumento que si se le critica a él, se critica a la Iglesia. No. Esta carta no es de crítica a la Iglesia, es de crítica a un pastor con nombre propio y sólo está en esa posición por un fatal error.

Hugo Cáceres Guinet, cfc




[1] Obviamente no soy el primero en señalar estos pecados de omisión respecto de la Doctrina Social de la Iglesia. Ante el reciente evento en la Universidad Católica sobre un panel sobre Universidad y Doctrina Social, el purpurado ha desafiado a sus colegas obispos y a todos los que participaran con fuertes amenazas que ninguno tomó en serio. Por otro lado, Cipriani ha querido borrar esa nefasta imagen que demostró cuando fue arzobispo de Ayacucho y ha asumido la posición de abanderado de la lucha antiabortista (pero guardó cómplice silencio cuando Fujimori ordenó a través del Ministerio de Salud las ligaduras de trompas aprovechando de la ignorancia de madres jóvenes del pueblo). Sus esfuerzos antiabortistas son muy loables por cierto, pero practicados de modo desarticulado de un interés práctico por la niñez desamparada y los niños de la calle, como lo demostró con sus arrebatos de celos frente a la obra del Hogar de Cristo.

O mundo celebrou ontem, 09 de novembro, a queda do Muro de Berlim que, durante, décadas, separou em dois países a Alemanha. É bom que, neste momento, lembremos outros muros que precisam ser derrubados – o que separa a Coréia do Norte e a Coréia do Sul – e os muros que estão sendo construídos, como o muro que separa Estados Unidos do México ou Israel da Palestina. Este último muro é o que retrata a reportagem abaixo da BBC.

Pela segunda vez em uma semana, palestinos e ativistas estrangeiros quebraram nesta segunda-feira partes da barreira construída por Israel na Cisjordânia.

Eles usaram cordas e pelo menos um caminhão para derrubar blocos de concreto da barreira nas proximidades da cidade de Ramallah.

A polícia israelense chegou ao local pouco depois e usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

Abdullah Abu Rahma, um dos coordenadores da ação, disse que ela foi concebida para ocorrer no aniversário da queda do muro de Berlin.

“Esse é o início das atividades para expressar nosso apego à terra e rejeição ao muro”, disse ele à agência de notícias Reuters.

Ilegal

Na sexta-feira, palestinos derrubaram perto do vilarejo de Nilin outra parte do muro na Cisjordânia.

A posição oficial de Israel é que o muro é uma barreira de segurança para defender seus cidadãos de ataques de palestinos.

Mas os palestinos a consideram outra estratégia de Israel para se apropriar ilegalmente de terras que consideram suas.

Dados da ONU indicam que, até o momento, Israel construiu 413 km dos 709 km planejados para o muro.

De acordo com o projeto israelense, quando a construção da barreira foi concluída, 85% dela ficará dentro da Cisjordânia, fora da fronteira internacionalmente reconhecida entre Israel e o território.

Em 2004, a Corte Internacional de Justiça, de Haia, na Holanda, emitiu um parecer não vinculante em que considerou que a barreira é ilegal e deve ser removida.

CIUDAD DEL VATICANO, 9 NOV 2009 (VIS).-La Congregación para la Doctrina de la Fe ha dado hoy a conocer  la Constitución Apostólica "Anglicanorum
coetibus", sobre la institución de Ordinariatos Personales para los Anglicanos que entran en la comunión plena con la Iglesia Católica y las
Normas Complementarias de la misma.
Ambos documentos están fechados el 4 de noviembre, festividad de San Carlos Borromeo, y firmados por el cardenal William Joseph Levada y el
arzobispo Luis F. Ladaria, S.I, respectivamente Prefecto y Secretario de esa Congregación.
Un comunicado de ese dicasterio recuerda que el 20 de octubre de 2009, el cardenal Levada anunció "un nuevo documento para responder a las numerosas
peticiones enviadas a la Santa Sede por grupos de ministros y fieles anglicanos de diversas partes del mundo que desean entrar en la comunión
plena y visible con la Iglesia Católica".
"La Constitución Apostólica que se publica hoy -prosigue el texto- introduce una estructura canónica que facilita esa reunión corporativa
mediante la institución de Ordinariatos Personales que permitirán a esos grupos entrar en comunión plena con la Iglesia Católica, conservando al
mismo tiempo elementos específicos del patrimonio espiritual y litúrgico anglicano. (...) Las Normas Complementarias servirán para la correcta
aplicación del procedimiento".
"Esta Constitución Apostólica abre un nuevo camino para la promoción de la unidad de los cristianos, reconociendo al mismo tiempo la legítima
diversidad en la expresión de nuestra fe común. No se trata de una iniciativa que haya tenido origen en la Santa Sede, sino de una respuesta
generosa por parte del Santo Padre a la aspiración legítima de esos grupos anglicanos. La institución de esta nueva estructura se sitúa en plena
armonía con el compromiso para el diálogo ecuménico, que sigue siendo prioritario para la Iglesia Católica".
"La posibilidad prevista en la Constitución Apostólica de la presencia de algunos clérigos casados en los Ordinariatos Personales -puntualiza el
comunicado- no significa en modo alguno un cambio en la disciplina de la Iglesia acerca del celibato sacerdotal que, como afirma el Concilio Vaticano
II es signo y al mismo tiempo estímulo de la caridad pastoral y anuncia de forma resplandeciente el reino de Dios".
La Constitución consta de trece disposiciones relativas a la formación de los Ordinariatos que gozan, según afirma el párrafo 3 del primer apartado,
"de personalidad jurídica pública y son asimilables jurídicamente a una diócesis"; a la potestad del Ordinario "ejercida de forma conjunta con la
del obispo diocesano local en los casos previstos por las Normas Complementarias"; a los candidatos al Orden Sacramental; a la erección, con
la aprobación de la Santa Sede, de nuevos Institutos de Vida Consagrada y Sociedades de Vida Apostólica, así como de parroquias; a la visita "ad
limina" del Ordinario, etc.
Las Normas Complementarias tratan de la dependencia de la Santa Sede; las relaciones con las Conferencias Episcopales y los obispos diocesanos; el
Ordinario; los fieles del Ordinariato; el clero; los obispos que eran anglicanos; el Consejo de gobierno; el Consejo pastoral y las parroquias
personales.

Escolas laicas

Como se pode ver na reportagem abaixo (www.bbc.uk/br), a Itália é um país com separação entre Igreja e Estado. Consequentemente, a educação é laica, ou seja, abstém-se de qualquer afirmação religiosa. Nada mais justo, nestas circunstâncias, que os espaços escolares não apresentam nenhum símbolo religioso…. Para alguns – majoriatiamente políticos conservadores que sempre usaram a religião, no caso a católica, como instrumento de manutenção da exclusão social – retirar os símbolos religiosos católicos das salas de aula seria uma exclusão religiosa. Como também se pode ver na reportagem, o que está acontecendo na Itália e em outros lugares, há uma confusão entre fé e tradição. Confusão há muito tempo já condenada pelo próprio Jesus ao ver os fariseus usando símbolos religiosos para manter a opressão do seu povo. Felizmente o VAticano, nesta questão, resolvou tomar um tempo para analisar a questão antes de pronunciar-se. Esperemos se pronuncie com bom senso.

Aliás… Bom senso que falta em algumas escolas de inspiração católica brasileira que, sem a necessidade de fazê-lo, já retiraram todos os símbolos religiosos das salas de aula! Pelo visto, muitas escolas católicas estão esquecendo que são confessionais. Ou será que se envergonham de tal e esquecem que o Estado brasileiro concede o direito de, nas escolas confessionais, manter e, inclusive, transmitir os ensinamentos conforme a confissão de quem mantém a escola? Assim como há gente mais papista que o Papa, há outros que são mais laicos que os laicistas!…

A Corte Européia de Direitos Humanos em Estrasburgo, na França, decidiu contra o uso de crucifixos em salas de aula na Itália.

Segundo a

co

rte, a prática viola os direitos dos pais de educar seus filhos da maneira como preferem e contraria os direitos da criança de escolher livremente sua religião.

O caso foi levado ao tribunal pela mãe italiana Soile Lautsi, que quer dar a seus filhos uma educação não religiosa.

Mas a decisão provocou revolta no país de maioria católica e foi qualificada de “vergonhosa” por um político italiano.

A corte decidiu que a presença de símbolos religiosos “restringia o direito dos pais de educar seus filhos de acordo com suas convicções”.

Os símbolos religiosos também restringiam “o direito da criança de acreditar ou não acreditar”, declararam os sete juízes em seu veredito.

Tradição Italiana

Lautsi disse ao tribunal que suas crianças tinham de frequentar uma escola pública no norte da Itália onde havia crucifixos em todas as salas.

Ela recebeu o equivalente a quase R$ 13 mil como indenização.

A ministra da Educação da Itália, Mariastella Gelmini, argumentou que o crucifixo é um símbolo da tradição italiana e não uma marca do catolicismo. Um outro político disse que a Europa está esquecendo sua tradição cristã. O governo do país disse que vai apelar contra a decisão.

O Vaticano disse que vai estudar o caso antes de fazer comentários.

O correspondente da BBC em Roma, Duncan Kennedy, disse que é comum ver-se crucifixos em prédios públicos na Itália, inclusive em escolas, apesar de a constituição do país declarar que deve haver uma separação entre a Igreja e o Estado.

A lei determinando que crucifixos sejam pendurados em escolas data da década de 1920.

Em 1984, um acordo entre o Vaticano e o governo italiano suspendeu a posição do catolicismo como religião do Estado. A lei do crucifixo, no entanto, nunca foi alterada.

Alguns políticos conservadores italianos reclamaram a respeito do abandono, por escolas do país, de encenações do nascimento de Cristo no final do ano para não ferir os sentimentos de crianças muçulmanas.