Arquivo mensal: março 2010

Humanidade não pode salvar o planeta, afirma criador da Teoria de Gaia

James Lovelock durante entrevista à BBC

Mudar os hábitos para tentar salvar o planeta é “uma bobagem”, na opinião de um dos mais conceituados especialistas em meio ambiente no mundo, o britânico James Lovelock, para quem a Terra, se for salva, será salva por ela mesma.

“Tentar salvar o planeta é bobagem, porque não podemos fazer isso. Se for salva, a Terra vai se salvar sozinha, que é o que sempre fez. A coisa mais sensível a se fazer é aproveitar a vida enquanto podemos”, afirmou Lovelock em entrevista à BBC.

O cientista de 90 anos é autor da Teoria de Gaia, que considera o planeta como um superorganismo, no qual todas as reações químicas, físicas e biológicas estão interligadas e não podem ser analisadas separadamente.

Considerado um dos “mentores” do movimento ambientalista em todo o mundo a partir dos anos 1970, Lovelock é também autor de ideias polêmicas como a defesa do uso da energia nuclear como forma de restringir as emissões de carbono na atmosfera e combater as mudanças climáticas.

Gatilho

Para Lovelock, a humanidade não “decidiu aquecer o mundo deliberadamente”, mas “puxou o gatilho”, inadvertidamente, ao desenvolver sua civilização da maneira como conhecemos hoje.

“Com isso, colocamos as coisas em movimento”, diz ele, acrescentando que as reações que ocorrem na Terra em consequência do aquecimento, entre elas a liberação de gases como dióxido de carbono e metano, são mais poderosas para produzir ainda mais aquecimento do que as próprias ações humanas.

Segundo ele, no entanto, o comportamento do clima é mais imprevisível do que pensamos e não segue necessariamente os modelos de previsão formulados pelos cientistas.

“O mundo não muda seu clima convenientemente de acordo com os modelos de previsões. Ele muda em saltos, como vemos. Não houve aumento das temperaturas em nenhum momento neste século. E tivemos agora um dos invernos mais frios em muito tempo em todo o hemisfério norte”, diz Lovelock.

Energias renováveis

Durante a entrevista à BBC, o cientista britânico afirmou ainda não ver sentido na busca de alguns hábitos de consumo diferentes ou no desenvolvimento de energias renováveis como forma de conter as mudanças climáticas.

“Comprar um carro que consome muita gasolina não é bom porque custa muito dinheiro para manter, mas essa motivação é provavelmente mais sensata do que a de tentar salvar o planeta, que é uma bobagem”, diz.

Para Lovelock, a busca por formas de energia renováveis é “uma mistura de ideologia e negócios”, mas sem “uma boa engenharia prática por trás”.

“A Europa tem essas enormes exigências sobre energias renováveis e subsídios para energia renovável. É um bom negócio, e não vai ser fácil parar com isso, mas não funciona de verdade”, afirma.

Futebol filosófico


Gosto de futebol. Gostava de jogar… Coisa que, infelizmente, não posso mais fazer por problemas físicos. E até que não era tão ruim em campo. Fui “centroavante” (os mais novos talvez nem saibam o que é isso!) do Aimoré – não o de São Leopoldo, mas o de Vila Flores – durante vários anos. Bons tempos…
Agora, o que me resta, é assistir os jogos, de preferência os de campeonatos europeus, onde estão os melhores jogadores brasileiros. O Campeonato Brasileiro até que está resgatando um pouco de sua dignidade na medida em que vai se consolidando o sistema de pontos corridos e alguns clubes começam a ter um planejamento a longo prazo, tipo São Caetano, o ex-Grêmio Barueri e o São Paulo.
Aqui no Rio Grande do Sul, o que resta é o futebol de várzea. Ir a um campinho – os que ainda existem – na periferia de Porto Alegre ou de qualquer outra cidade do interior, é a única possibilidade de se ver um futebol agradável, divertido e de paixão.
Mas o que queria comentar aqui são frases pronunciadas nestes últimos dias por dois jogadores do Internacional.
Uma, a do atacante (ia escrever “centroavante”, mas isso já não existe mais…) Walter, do Internacional. Tentando explicar o seu sumiço, disse que foi por não estar sendo valorizado. Estava ganhando “só” quinze mil reais por mês… Indagado pelo repórter sobre se esta quantia não era suficiente, ele respondeu que “quanto mais se ganha, mais se precisa”!
Não sei se o Walter – que, diga-se de passagem, é um excelente jogador – fez a afirmação pensando em toda a sua consistência. Consciente ou não, ele desvelou o coração do sistema capitalistan que reside em acumular infinitamente tudo o que é possível acumular. E até o que é impossível acumular, como alegria, prazer, amizade e felicidade. E, como o sistema nos faz pensar que tudo pode ser comprado com dinheiro, precisamos dele sempre mais para comprar o incomprável…
A outra frase é do Andrezinho, também jogador do Internacional. Não é um jogador ruim. Nem um craque. Um mediano jogador… Excelente cobrador de faltas. O que não gosto no estilo dele é a enrolação. Falta a objetividade que tinha um Falcão, Zico ou Sócrates (dos grandes que eu vi jogar). No retorno do intervalo do jogo contra o Caxia em que o Inter perdir por 1 X 0, Andrezinho disse a um repórter que era possível virar o jogo mas que, “antes de fazer o segundo, o Inter tinha que fazer o primeiro”. A frase até hoje me intriga. Pensei muito nela e não consegui entender o que ele queria dizer. Ou temos aí um novo Aristóteles ou temos a explicação para uma das causas das dificuldades do futebol brasileiro. Me ajude o leitor a entender!…

Ex-candidato a papa defende discussão do celibato

Carlo Maria Martini (arquivo)

O cardeal italiano Carlo Maria Martini, tido como uma das figuras mais carismáticas da Igreja Católica, disse em entrevista a um jornal alemão que a Igreja Católica deveria rever a obrigatoriedade do celibato para os sacerdotes.

Ao comentar os casos de abusos sexuais cometidos por padres contra menores, o cardeal Carlo Maria Martini, de 83 anos, disse que o celibato é um problema e sugere uma profunda discussão interna na Igreja Católica para reconquistar os fiéis e recuperar a credibilidade.

“Devem ser colocadas questões fundamentais, como a reavaliação da obrigatoriedade do celibato dos sacerdotes como forma de vida”, afirmou o cardeal arcebispo emérito de Milão, tido como um dos maiores especialistas da Igreja em Bíblia, na entrevista publicada no domingo no jornal Presse am Sonntag.

Carlo Maria Martini é um dos líderes da ala progressista da Igreja Católica e chegou a ser candidato a papa no conclave que elegeu Bento 16. O clérigo, que sofre há anos de Mal de Parkinson, defende a ordenação de homens casados, maior participação das mulheres na Igreja Católica e a comunhão para divorciados.

Na entrevista ao jornal alemão, Martini afirmou que a Igreja Católica deve abrir um debate interno sobretudo em relação às questões sexuais.

Martini defendeu que “questões centrais da sexualidade”, fossem colocadas em sintonia “com as gerações de hoje, com as ciências humanas e com os ensinamentos da Bíblia porque somente uma discussão aberta pode dar novamente autoridade à Igreja, levar a correções dos erros e reforçar os serviços que ela oferece aos homens.”

‘Problemas psicológicos’

A polêmica em torno do abuso de menores por padres católicos voltou à tona na semana passada, depois que o jornal americano The New York Times publicou uma reportagem dizendo que, em 1996, o cardeal Joseph Ratzinger, que veio a se tornar o papa Bento 16 em 2005, não respondeu a cartas vindas de clérigos americanos acusando um padre do Estado do Winsconsin de abusar sexualmente de até 200 menores deficientes auditivos.

Após a denúncia do The New York Times, os principais órgãos de informação da Santa Sé denunciaram a existência de um ataque maciço da imprensa que teria a intenção de atingir o papa e a Igreja Católica.

As denúncias também reacenderam as discussões sobre o celibato, que seria, segundo alguns especialistas e religiosos, uma das causas dos abusos que os padres cometem contra crianças.

O estilo de vida fechado e celibatário da Igreja Católica poderia atrair pessoas com problemas psicológicos na área da sexualidade, por isso, eles sugerem como uma das soluções para evitar abusos, que seja admitida a ordenação de homens casados.

Na opinião do presidente da Conferência Episcopal Alemã, Monsenhor Robert Zollitsch, não há relação entre pedofilia e celibato.

“De acordo com especialistas, os abusos nada têm a ver com o celibato”, afirmou o clérigo, após um recente encontro com o papa no Vaticano, para tratar das denúncias de abusos nas dioceses alemãs.

Segundo a imprensa alemã, o clero da terra natal de Bento 16 seria favorável à abolição do celibato obrigatório e pretende levantar a questão no Vaticano.

O cardeal arcebispo de Viena, Christoph Schoenborn, amigo pessoal de Bento 16, chegou a afirmar que o celibato seria uma das causas dos casos de pedofilia. Ele sugeriu que a Igreja promova uma discussão sobre a formação dos sacerdotes, o desenvolvimento da personalidade deles e também sobre o celibato.

Mas o porta-voz do cardeal desmentiu logo em seguida que fosse favorável à abolição do celibato.

O próprio papa ainda não se manifestou sobre assunto após as revelações do New York Times. Mas em um encontro com cardeais no começo de março, Bento 16 reafirmou o “valor sagrado” do celibato.

Investigação na Áustria

Schoenborn anunciou no domingo que vai criar uma comissão especial para investigar casos de abusos sexuais de menores por padres na Áustria.

A comissão será dirigida por uma mulher, a católica Waltraud Klasnic, 64 anos, e será independente e leiga. O organismo não vai atuar em contraposição ao trabalho da magistratura civil, informou o arcebispo.

O escândalo de pedofilia entre padres deve estar no centro das reflexões da Igreja Católica nos ritos da Semana Santa, que começou no domingo, com a cerimônia de Ramos.

Durante a cerimônia, o papa Bento 16 não se referiu diretamente ao escândalo mas as palavras que pronunciou na homilia aos fiéis na praça de São Pedro, no Vaticano, foram interpretadas como uma crítica velada à imprensa.

“O homem pode escolher um caminho fácil e evitar qualquer esforço. Pode ir para baixo, para o vulgar, afundar no pântano da mentira e da desonestidade”, disse o papa em seu discurso.

“Jesus caminha em nossa frente para o alto. Ele nos conduz para o que é grande e puro, para a verdade e a coragem que não se deixa intimidar pelos falatórios das opiniões dominantes, rumo à paciência que apóia e ajuda o próximo, à disponibilidade para com os sofredores e abandonados e a bondade que não se deixa desarmar nem mesmo pela ingratidão”, afirmou Bento 16.

Legionários de Cristo: desculpa pelos abusos do fundador

A congregação religiosa dos Legionários de Cristo pediu hoje perdão pelos “actos repreensíveis” do seu fundador, o padre mexicano Marcial Maciel, acusado de abusos sexuais e que morreu em Janeiro de 2008 com 87 anos.

“Queremos dirigir-nos a todos os que foram lesados, feridos ou chocados pelos actos repreensíveis do nosso fundador. Precisámos de tempo para assimilar os acontecimentos da sua vida. Para muitos, sobretudo para as vítimas, esse tempo foi demasiado longo e doloroso”, lê-se num comunicado desta congregação católica ultra conservadora divulgado na Internet.

“Exprimimos uma vez mais a nossa dor e o nosso pesar a todas as pessoas atingidas pelas acções do nosso fundador. Queremos pedir perdão a todas as pessoas que o acusaram no passado e em quem não acreditámos ou que não soubemos ouvir”, acrescenta.

“Condenamos os seus actos, contrários ao dever cristão, religioso e sacerdotal do padre Maciel e afirmamos que não correspondem ao modo como nos esforçamos por viver na Legião e no Regnum Christi (os legionários laicos)”, afirmam.

Este comunicado é divulgado dez dias depois de a congregação ter anunciado o fim da inspecção feita pelo Vaticano à instituição. Com base no relatório, Bento XVI decidirá as medidas a tomar.

O papa condenou em 2006 Marcial Maciel a renunciar a todas as suas responsabilidades e a “viver uma vida discreta de oração e penitência”.

A 4 de Março a congregação já tinha pedido perdão aos alegados filhos do fundador, que afirmaram ter sido também vítimas do religioso mexicano. Marcial Maciel, que foi acusado de abuso sexual de seminaristas, teve uma filha de uma relação prolongada com uma mulher e dois filhos com outra.

A congregação está estabelecida em 22 países, nomeadamente no México e em Espanha, e conta 800 padres, 2500 seminaristas e 70 000 membros laicos.

Ver video em: http://www.youtube.com/watch?v=BSfm8PRaSxc

A LOS 30 AÑOS DEL MARTÍRIO DE SAN ROMERO

(texto de Mons. Pedro Casaldáliga)

Celebrar un Jubileo de nuestro San Romero de América es celebrar un
testimonio que nos contagia de profecía. Es asumir comprometidamente las causas, la
causa por las que nuestro San Romero es mártir. Gran testigo él en el seguimiento del
Testigo mayor, el Testigo fiel, Jesús. La sangre de los mártires es aquel cáliz que todos,
todas podemos y debemos beber. Siempre y en todas las circunstancias la memoria del
martirio es una memoria subversiva.
Treinta años se pasaron de aquella Eucaristía plena en la Capilla del Hospitalito.
Aquel día nuestro santo nos escribió: “Nosotros creemos en la victoria de la
resurrección”. Y muchas veces dijo, profetizando un tiempo nuevo, “si me matan
resucitaré en el pueblo salvadoreño”. Y, con todas las ambigüedades de la historia en
proceso, nuestro San Romero está resucitando en El Salvador, en Nuestra América, en
el Mundo.
Este Jubileo debe renovar en todos nosotros y nosotras una esperanza, lúcida,
crítica pero invencible. “Todo es gracia”, todo es Pascua, si entramos a todo riesgo en el
misterio de la cena compartida, la cruz y la resurrección.
San Romero nos enseña y nos “cobra” que vivamos una espiritualidad integral,
una santidad tan mística como política. En la vida diaria y en los procesos mayores de la
justicia y la paz, “con los pobres de la tierra”, en la familia, en la calle, en el trabajo, en
el movimiento popular y en la pastoral encarnada. Él nos espera en la lucha diaria contra
esa especie de mara monstruosa que es el capitalismo neoliberal, contra el mercado
omnímodo, contra el consumismo desenfrenado. La Campaña de la Fraternidad de
Brasil, ecuménica este año, nos recuerda la palabra contundente de Jesús: “ustedes no
pueden servir a dos señores, a Dios y al dinero”.
Respondiendo a aquellos que, en la Sociedad y en la Iglesia intentan
desmoralizar la Teología de la Liberación, el caminar de los pobres en comunidad, ese
nuevo modo de ser Iglesia, nuestro pastor y mártir replicaba: “hay un ‘ateismo’ más
cercano y más peligroso para nuestra Iglesia: el ateismo del capitalismo cuando los
bienes materiales se erigen en ídolos y sustituyen a Dios”.
Fieles a los signos de los tiempos, como Romero, actualizando los rostros de los
pobres y las urgencias sociales y pastorales, debemos subrayar en este jubileo causas
mayores, verdaderos paradigmas algunas de ellas. El ecumenismo y macroecumenismo,
en diálogo religioso y en koinonia universal. Los derechos de los emigrantes contra las
leyes de segregación. La solidaridad e intersolidaridad. La gran causa ecológica.
(Precisamente nuestra Agenda Latinoamericana de este año está dedicada a la
problemática ecológica, con un título desafiador: “Salvémonos con el Planeta”). La
integración de Nuestra América. Las campañas por la paz efectiva, denunciando el
creciente militarismo y la proliferación de las armas. Urgiendo siempre unas
transformaciones eclesiales, con el protagonismo del laicado, que pidió Santo Domingo,
y la igualdad de la mujer en los ministerios eclesiales. El desafío de la violencia
cotidiana, sobre todo en la juventud, manipulada por los medios de comunicación
alienadores y por la epidemia mundial de las drogas.
Siempre y cada vez más, cuando mayores sean los desafíos, viviremos la opción
por los pobres, la esperanza “contra toda esperanza”. En el seguimiento de Jesús, Reino
adentro. Nuestra coherencia será la mejor canonización de “San Romero de América,
Pastor y Mártir”.
Pedro Casaldáliga

Milionário britânico doa fortuna para pagar promessa

Albert Gubay (esq.) faz doação para organização de caridade em  2006

Um milionário britânico anunciou a doação de quase toda sua fortuna, estimada em 480 milhões de libras (cerca de R$ 1,3 bilhão), para pagar uma promessa feita quando era jovem e pobre.

Albert Gubay, de 82 anos, diz ter feito um “acordo com Deus” quando trabalhava como vendedor de rua na juventude, para torná-lo milionário.

Em troca, segundo declarações feitas há alguns anos a um programa de TV, ele prometeu dividir “meio a meio” sua fortuna, acumulada com a venda da cadeia de supermercados Kwik Saver, fundada por ele, e por investimentos em imóveis e em uma rede de academias de ginástica.

“Faça-me um milionário, e você poderá ter metade de meu dinheiro”, prometeu ele, segundo contou no programa.

Agora, porém, ele decidiu doar quase tudo, ficando com pouco menos de 10 milhões de libras (R$ 27 milhões) para si.

Gubay passou sua fortuna para o nome de uma fundação que ficará encarregada de distribuir suas doações para caridade. Metade do dinheiro irá para a Igreja Católica, para cumprir com seu acordo.

Mesmo após a doação de sua fortuna, o milionário deverá continuar à frente de suas empresas e disse esperar conseguir elevar o montante de suas doações para mais de 1 bilhão de libras até morrer.

Em 2009, Gubay havia sido listado pela revista Forbes como a 647ª pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna estimada então em US$ 1,1 bilhão, mas ficou fora da lista de bilionários da revista neste ano, por causa da desvalorização da libra, que derrubou o valor nominal de sua fortuna em dólares.

Vida, pasión y muerte de Oscar Romero (a los 30 años)

Fue asesinado pasado mañana hace treinta años (24. 03. 80), después de tres de pasión con su pueblo y como su pueblo de El Salvador. Con esta ocasión, Ediciones Sígueme acaba de publicar su mejor semblanza en castllano: Roberto Morozzo , Monseñor Romero. Vida, pasión y muerte en El Salvador,Salamanca 2010

Su “vida pública”, como arzobispo de San Salvador duró tres años, como la de Jesús y no dejó a nadie indiferente. Unos lo consideraban un profeta, un mártir, un luchador por la paz y el diálogo, un hombre de Iglesia; otros, por el contrario, veían en él a un revolucionario, un agitador de masas, un político frustrado que promovía la crispación, un personaje en busca de notoriedad social. Por eso le mataron los políticos e ideólogos (¡incluso religiosos!) de su capital, con la colaboraión de la Nueva Roma Imperial (USA), como habían matadoa en otro tiempo a Jesús, unos poderes semejantes.

El rostro amable de Romero, esculpido en piedra entre D. Bonhoeffer y M.Luther King en el frontispicio de la catedral de Westmister, junto a los «nuevos mártires» del siglo XX, invita a mantener la esperanza contra toda desesperanza.

Esta figura emblemática de la Iglesia Latinoamericana sigue estando especialmente presente en la memoria y el cariño de los más humildes de El Salvador. El recuerdo de su asesinato trae a la mente una forma equivocada de solucionar los conflictos políticos y sociales, pero también atestigua la permanente tentación de recurrir a la violencia para resolver los problemas molestos.

El recuerdo de su asesinato, unido en esta Cuaresma al recuerdo de la muerte de Jesús proclama la certeza y la fuerza de la esperanza que vence cualquier desesperación e impotencia; desde la vida entregada del Señor Jesús pueden mantener su dignidad los hombres y mujeres que sufren las injusticias de los poderosos o la instrumentalización de quienes siguen dominando los resortes religiosos de la vida de los pueblos.

Una memoria personal de Xavier Pikaza

“Fui a verle hace tres años a su tumba, en la cripta de la catedral. Allí está tumbado, como en los sepulcros medievales. Una mujer de pueblo, trabajadora muy pobre, me dijo: No, eso no es Monseñor Romero. Le han hecho muy mal. Él no está muerto ahí, sino que está vivo, de pie, nos está recibiendo ¿No le ve Usted? Yo le llevo aquí, en mi camisea, Usted puede verlo. Está vivo en mi vida.”

Creo que no volveré a su tumba. Él está vivo en el pueblo de El Salvador, está vivo en todos los que, de un modo o de otro, seamos cristianos o no, recordamos su memoria. Yo la quiero recordar, uniéndole al Cristo resucitado, su amigo y modelo. Gracias, Óscar Romero por haber vivido. Para recordar su trayectoria retomo y rehago el libro de Morozzo, que acago de citar, y unas palabras de D. G. Groody, Globalization, Spirituality and Justice, Orbis New York 2007).

CARTA PASTORAL DO PAPA AOS CATOLICOS DA IRLANDA

CIUDAD DEL VATICANO, 20 MAR 2010 (VIS).-Ofrecemos a continuación una
traducción del texto original en inglés de la Carta pastoral de Benedicto
XVI a los católicos de Irlanda, que se ha hecho pública esta mañana:

1. Queridos hermanos y hermanas de la Iglesia en Irlanda, os escribo con
gran preocupación como Pastor de la Iglesia universal. Al igual que
vosotros estoy profundamente consternado por las noticias concernientes
al abuso de niños y jóvenes indefensos por parte de miembros de la
Iglesia en Irlanda, especialmente sacerdotes y religiosos. Comparto la
desazón y el sentimiento de traición que muchos de vosotros experimentaron
al enterarse de esos actos pecaminosos y criminales y del modo en que
fueron afrontados por las autoridades de la Iglesia en Irlanda.

Como sabéis, invité hace poco a los obispos de Irlanda a una reunión en
Roma para que informasen sobre cómo abordaron esas cuestiones en el
pasado e indicasen los pasos que habían dado para hacer frente a una
situación tan grave. Junto con algunos altos prelados de la Curia Romana
escuché lo que tenían que decir, tanto individualmente como en grupo, sea
sobre el análisis de los errores cometidos y las lecciones aprendidas, que
sobre la descripción de los programas y procedimientos actualmente en
curso. Nuestras discusiones fueron francas y constructivas. Estoy seguro de
que, como resultado, los obispos están ahora en una posición más fuerte
para continuar la tarea de reparar las injusticias del pasado y de abordar
cuestiones más amplias relacionadas con el abuso de los niños de manera
conforme con las exigencias de la justicia y las enseñanzas del Evangelio.

2. Por mi parte, teniendo en cuenta la gravedad de estos delitos y la
respuesta a menudo inadecuada que han recibido por parte de las
autoridades eclesiásticas de vuestro país, he decidido escribir esta carta
pastoral para expresaros mi cercanía, y proponeros un camino de curación,
renovación y reparación.

Es verdad, como han observado muchas personas en vuestro país, que el
problema de abuso de menores no es específico de Irlanda o de la Iglesia.
Sin embargo, la tarea que tenéis ahora por delante es la de hacer frente al
problema de los abusos ocurridos dentro de la comunidad católica de Irlanda
y de hacerlo con coraje y determinación. Que nadie se imagine que esta
dolorosa situación se resuelva pronto. Se han dado pasos positivos pero
todavía queda mucho por hacer. Necesitamos perseverancia y oración, con
gran fe en la fuerza salvadora de la gracia de Dios.

Al mismo tiempo, debo también expresar mi convicción de que para
recuperarse de esta dolorosa herida, la Iglesia en Irlanda, debe reconocer
en primer lugar ante Dios y ante los demás, los graves pecados cometidos
contra niños indefensos. Ese reconocimiento, junto con un sincero pesar por
el daño causado a las víctimas y sus familias, debe desembocar en un
esfuerzo conjunto para garantizar que en el futuro los niños estén
protegidos de semejantes delitos.

Mientras os enfrentáis a los retos de este momento, os pido que recordéis
la "roca de la que fuisteis tallados" (Isaías 51, 1). Reflexionad sobre la
generosa y a menudo heroica contribución ofrecida a la Iglesia y a la
humanidad por generaciones de hombres y mujeres irlandeses, y haced que de
esa reflexión brote el impulso para un honesto examen de conciencia
personal y para un sólido programa de renovación de la Iglesia y el
individuo. Rezo para que, asistida por la intercesión de sus numerosos
santos y purificada por la penitencia, la Iglesia en Irlanda supere esta
crisis y vuelve a ser una vez más testimonio convincente de la verdad y la
bondad de Dios Todopoderoso, que se manifiesta en su Hijo Jesucristo.

3. A lo largo de la historia, los católicos irlandeses han demostrado ser,
tanto en su patria como fuera de ella, una fuerza motriz del bien. Monjes
celtas como San Columba difundieron el evangelio en Europa occidental y
sentaron las bases de la cultura monástica medieval. Los ideales de
santidad, caridad y sabiduría trascendente, nacidos de la fe cristiana,
quedaron plasmados en la construcción de iglesias y monasterios y en la
creación de escuelas, bibliotecas y hospitales, que contribuyeron a
consolidar la identidad espiritual de Europa. Aquellos misioneros
irlandeses debían su fuerza y su inspiración a la firmeza de su fe, al
fuerte liderazgo y a la rectitud moral de la Iglesia en su tierra natal.

A partir del siglo XVI, los católicos en Irlanda atravesaron por un largo
período de persecución, durante el cual lucharon por mantener viva la llama
de la fe en circunstancias difíciles y peligrosas. San Oliver Plunkett,
mártir y arzobispo de Armagh, es el ejemplo más famoso de una multitud de
valerosos hijos e hijas de Irlanda dispuestos a dar su vida por la fidelidad
al Evangelio. Después de la Emancipación Católica, la Iglesia fue libre de
nuevo para volver a crecer. Las familias y un sinfín de personas que habían
conservado la fe en el momento de la prueba se convirtieron en la chispa de
un gran renacimiento del catolicismo irlandés en el siglo XIX. La iglesia
escolarizaba, especialmente a los pobres, lo que supuso una importante
contribución a la sociedad irlandesa. Entre los frutos de las nuevas
escuelas católicas se cuenta el aumento de las vocaciones: generaciones de
sacerdotes misioneros, hermanas y hermanos, dejaron su patria para servir
en todos los continentes, sobre todo en mundo de habla inglesa. Eran
excepcionales, no sólo por la vastedad de su número, sino también por la
fuerza de la fe y la solidez de su compromiso pastoral. Muchas diócesis,
especialmente en África, América y Australia, se han beneficiado de la
presencia de clérigos y religiosos irlandeses, que predicaron el Evangelio
y fundaron parroquias, escuelas y universidades, clínicas y hospitales,
abiertas tanto a los católicos, como al resto de la sociedad, prestando
una atención particular a las necesidades de los pobres.

En casi todas las familias irlandesas, ha habido siempre alguien - un hijo
o una hija, una tía o un tío - que dieron sus vidas a la Iglesia. Con
razón, las familias irlandesas tienen un gran respeto y afecto por sus seres
queridos que dedicaron la vida a Cristo, compartiendo el don de la fe con
los demás y traduciéndola en acciones sirviendo con amor a Dios y al
prójimo.

4. En las últimas décadas, sin embargo, la Iglesia en vuestro país ha tenido
que enfrentarse a nuevos y graves retos para la fe debidos a la rápida
transformación y secularización de la sociedad irlandesa. El cambio social
ha sido muy veloz y a menudo ha repercutido adversamente en la
tradicional adhesión de las personas a las enseñanzas y valores
católicos. Asimismo, las prácticas sacramentales y devotas que sustentan la
fe y la hacen crecer, como la confesión frecuente, la oración diaria y los
retiros anuales se dejaron, con frecuencia, de lado.

También fue significativa en este período la tendencia, incluso por parte
de los sacerdotes y religiosos, a adoptar formas de pensamiento y de juicio
de la realidad secular sin referencia suficiente al Evangelio. El programa
de renovación propuesto por el Concilio Vaticano II fue a veces mal
entendido y, además, a la luz de los profundos cambios sociales que estaban
teniendo lugar, no era nada fácil discernir la mejor manera de realizarlo.
En particular, hubo una tendencia, motivada por buenas intenciones, pero
equivocada, de evitar los enfoques penales de las situaciones
canónicamente irregulares. En este contexto general debemos tratar de
entender el inquietante problema de abuso sexual de niños, que ha
contribuido no poco al debilitamiento de la fe y la pérdida de respeto por
la Iglesia y sus enseñanzas.

Sólo examinando cuidadosamente los numerosos elementos que han dado lugar
a la crisis actual es posible efectuar un diagnóstico claro de las causas y
encontrar las soluciones eficaces. Ciertamente, entre los factores que han
contribuido a ella, podemos enumerar: los procedimientos inadecuados para
determinar la idoneidad de los candidatos al sacerdocio y a la vida
religiosa, la insuficiente formación humana, moral, intelectual y
espiritual en los seminarios y noviciados, la tendencia de la sociedad a
favorecer al clero y otras figuras de autoridad y una preocupación fuera de
lugar por el buen nombre de la Iglesia y por evitar escándalos cuyo
resultado fue la falta de aplicación de las penas canónicas en vigor y de
la salvaguardia de la dignidad de cada persona. Es necesaria una acción
urgente para contrarrestar estos factores, que han tenido consecuencias
tan trágicas para la vida de las víctimas y sus familias y han obscurecido
tanto la luz del Evangelio, como no lo habían hecho siglos de persecución.

5. En varias ocasiones, desde mi elección a la Sede de Pedro, me he
encontrado con víctimas de abusos sexuales y estoy dispuesto a seguir
haciéndolo en futuro. He hablado con ellos, he escuchado sus historias, he
constatado su sufrimiento, he rezado con ellos y por ellos. Anteriormente
en mi pontificado, preocupado por abordar esta cuestión, pedí a los
obispos de Irlanda, durante la visita ad limina de 2006 que "establecieran
la verdad de lo ocurrido en el pasado y tomasen todas las medidas
necesarias para evitar que sucediera de nuevo, para asegurar que los
principios de justicia sean plenamente respetados y, sobre todo, para curar
a las víctimas y a todos los afectados por estos crímenes atroces "
(Discurso a los obispos de Irlanda, el 28 de octubre de 2006).

Con esta carta, quiero exhortaros a todos vosotros, como pueblo de Dios
en Irlanda, a reflexionar sobre las heridas infligidas al cuerpo de Cristo,
los remedios necesarios y a veces dolorosos, para vendarlas y curarlas , y
la necesidad de la unidad, la caridad y la ayuda mutua en el largo proceso
de recuperación y renovación eclesial. Me dirijo ahora a vosotros con
palabras que me salen del corazón, y quiero hablar a cada uno de vosotros y
a todos vosotros como hermanos y hermanas en el Señor.

6. A las víctimas de abusos y a sus familias

Habéis sufrido inmensamente y me apesadumbra tanto. Sé que nada puede
borrar el mal que habéis soportado. Vuestra confianza ha sido traicionada y
violada vuestra dignidad. Muchos de vosotros han experimentado que cuando
tuvieron el valor suficiente para hablar de lo que les había pasado, nadie
quería escucharlos. Aquellos que sufrieron abusos en los internados deben
haber sentido que no había manera de escapar de su dolor. Es comprensible
que os sea difícil perdonar o reconciliaros con la Iglesia. En su nombre,
expreso abiertamente la vergüenza y el remordimiento que sentimos todos. Al
mismo tiempo, os pido que no perdáis la esperanza. En la comunión con la
Iglesia es donde nos encontramos con la persona de Jesucristo, que fue Él
mismo una víctima de la injusticia y el pecado. Como vosotros aún lleva las
heridas de su sufrimiento injusto. Él entiende la profundidad de vuestro
dolor y la persistencia de su efecto en vuestras vidas y vuestras
relaciones con los demás, incluyendo vuestra relación con la Iglesia.

Sé que a algunos de vosotros les resulta difícil incluso entrar en una
iglesia después de lo que ha sucedido. Sin embargo, las heridas de Cristo,
transformadas por su sufrimiento redentor, son los instrumentos que han
roto el poder del mal y nos hacen renacer a la vida y la esperanza. Creo
firmemente en el poder curativo de su amor sacrificial - incluso en las
situaciones más oscuras y desesperadas - que libera y trae la promesa de un
nuevo comienzo.

Al dirigirme a vosotros como un pastor, preocupado por el bienestar de
todos los hijos de Dios, os pido humildemente que reflexionéis sobre lo que
he dicho. Ruego que, acercándoos a Cristo y participando en la vida de su
Iglesia - una Iglesia purificada por la penitencia y renovada en la caridad
pastoral - podáis descubrir de nuevo el amor infinito de Cristo por cada
uno de vosotros. Estoy seguro de que de esta manera seréis capaces de
encontrar reconciliación, profunda curación interior y paz.

7. A los sacerdotes y religiosos que han abusado de niños

Habéis traicionado la confianza depositada en vosotros por jóvenes
inocentes y por sus padres. Debéis responder de ello ante Dios Todopoderoso
y ante los tribunales debidamente constituidos. Habéis perdido la estima de
la gente de Irlanda y arrojado vergüenza y deshonor sobre vuestros
semejantes. Aquellos de vosotros que son sacerdotes han violado la santidad
del sacramento del Orden, en el que Cristo mismo se hace presente en
nosotros y en nuestras acciones. Junto con el inmenso daño causado a las
víctimas, un daño enorme se ha hecho a la Iglesia y a la percepción pública
del sacerdocio y de la vida religiosa.

Os exhorto a examinar vuestra conciencia, a asumir la responsabilidad de
los pecados que habéis cometido y a expresar con humildad vuestro pesar.
El arrepentimiento sincero abre la puerta al perdón de Dios y a la gracia de
la verdadera enmienda.

Debéis tratar de expiar personalmente vuestras acciones ofreciendo
oraciones y penitencias por aquellos que habéis ofendido. El sacrificio
redentor de Cristo tiene el poder de perdonar incluso el más grave de los
pecados y extraer el bien incluso del más terrible de los males. Al mismo
tiempo, la justicia de Dios nos llama a dar cuenta de nuestras acciones sin
ocultar nada. Admitid abiertamente vuestra culpa, someteos a las exigencias
de la justicia, pero no desesperéis de la misericordia de Dios.

8. A los padres

Os habéis sentido profundamente indignados y conmocionados al conocer los
hechos terribles que sucedían en lo que debía haber sido el entorno más
seguro para todos. En el mundo de hoy no es fácil construir un hogar y
educar a los hijos. Se merecen crecer con seguridad, cariño y amor, con
un fuerte sentido de su identidad y su valor. Tienen derecho a ser educados
en los auténticos valores morales enraizados en la dignidad de la persona
humana, a inspirarse en la verdad de nuestra fe católica y a aprender los
patrones de comportamiento y acción que lleven a la sana autoestima y la
felicidad duradera. Esta tarea noble pero exigente está confiada en primer
lugar a vosotros, padres. Os invito a desempeñar vuestro papel para
garantizar a los niños los mejores cuidados posibles, tanto en el hogar como
en la sociedad en general, mientras la Iglesia, por su parte, sigue
aplicando las medidas adoptadas en los últimos años para proteger a los
jóvenes en los ambientes parroquiales y escolares. Os aseguro que estoy
cerca de vosotros y os ofrezco el apoyo de mis oraciones mientras cumplís
vuestras grandes responsabilidades

9. A los niños y jóvenes de Irlanda

Quiero dirigiros una palabra especial de aliento. Vuestra experiencia de
la Iglesia es muy diferente de la de vuestros padres y abuelos. El mundo ha
cambiado desde que e llos tenían vuestra edad. Sin embargo, todas las
personas, en cada generación están llamadas a recorrer el mismo camino
durante la vida, cualesquiera que sean las circunstancias. Todos estamos
escandalizados por los pecados y errores de algunos miembros de la Iglesia,
en particular de los que fueron elegidos especialmente para guiar y servir a
los jóvenes. Pero es en la Iglesia donde encontraréis a Jesucristo que es
el mismo ayer, hoy y siempre (cf. Hb 13, 8). Él os ama y se entregó por
vosotros en la cruz. ¡Buscad una relación personal con Él dentro de la
comunión de su Iglesia, porque él nunca traicionará vuestra confianza! Sólo
Él puede satisfacer vuestros anhelos más profundos y dar pleno sentido a
vuestras vidas, orientándolas al servicio de los demás. Mantened vuestra
mirada fija en Jesús y su bondad y proteged la llama de la fe en vuestros
corazones. Espero en vosotros para que, junto con vuestros hermanos
católicos en Irlanda, seáis fieles discípulos de nuestro Señor y aportéis el
entusiasmo y el idealismo tan necesarios para la reconstrucción y la
renovación de nuestra amada Iglesia.

10. A los sacerdotes y religiosos de Irlanda

Todos nosotros estamos sufriendo las consecuencias de los pecados de
nuestros hermanos que han traicionado una obligación sagrada o no han
afrontado de forma justa y responsable las denuncias de abusos. A la luz
del escándalo y la indignación que estos hechos han causado, no sólo entre
los fieles laicos, sino también entre vosotros y vuestras comunidades
religiosas, muchos os sentís desanimados e incluso abandonados. Soy también
consciente de que a los ojos de algunos aparecéis tachados de culpables por
asociación, y de que os consideran como si fuerais de alguna forma
responsable de los delitos de los demás. En este tiempo de sufrimiento,
quiero dar acto de vuestra dedicación cómo sacerdotes y religiosos y de
vuestro apostolado, y os invito a reafirmar vuestra fe en Cristo, vuestro
amor por su Iglesia y vuestra confianza en las promesas evangélicas de la
redención, el perdón y la renovación interior. De esta manera, podréis
demostrar a todos que donde abundó el pecado, sobreabundó la gracia (cf. Rm
5, 20).

Sé que muchos estáis decepcionados, desconcertados y encolerizados por la
manera en que algunos de vuestros superiores abordaron esas cuestiones. Sin
embargo, es esencial que cooperéis estrechamente con los que ostentan la
autoridad y colaboréis en garantizar que las medidas adoptadas para
responder a la crisis sean verdaderamente evangélicas, justas y eficaces.
Por encima de todo, os pido que seáis cada vez más claramente hombres y
mujeres de oración, que siguen con valentía el camino de la conversión, la
purificación y la reconciliación. De esta manera, la Iglesia en Irlanda
cobrará nueva vida y vitalidad gracias a vuestro testimonio del poder
redentor de Dios que se hace visible en vuestras vidas.

11. A mis hermanos, los obispos

No se puede negar que algunos de vosotros y de vuestros predecesores han
fracasado, a veces lamentablemente, a la hora de aplicar las normas,
codificadas desde hace largo tiempo, del derecho canónico sobre los
delitos de abusos de niños. Se han cometido graves errores en la respuesta
a las acusaciones. Reconozco que era muy difícil comprender la magnitud y
la complejidad del problema, obtener información fiable y tomar decisiones
adecuadas en función de los pareceres contradictorios de los expertos. No
obstante, hay que reconocer que se cometieron graves errores de juicio y
hubo fallos de dirección. Todo esto ha socavado gravemente vuestra
credibilidad y eficacia. Aprecio los esfuerzos llevados a cabo para
remediar los errores del pasado y para garantizar que no vuelvan a ocurrir.
Además de aplicar plenamente las normas del derecho canónico concernientes a
los casos de abusos de niños, seguid cooperando con las autoridades civiles
en el ámbito de su competencia. Está claro que los superiores religiosos
deben hacer lo mismo. También ellos participaron en las recientes reuniones
en Roma con el propósito de establecer un enfoque claro y coherente de
estas cuestiones. Es imperativo que las normas de la Iglesia en Irlanda
para la salvaguardia de los niños sean constantemente revisadas y
actualizadas y que se apliquen plena e imparcialmente, en conformidad con
el derecho canónico.

Sólo una acción decisiva llevada a cabo con total honestidad y
transparencia restablecerá el respeto y el afecto del pueblo irlandés por
la Iglesia a la que hemos consagrado nuestras vidas. Hay que empezar, en
primer lugar, por vuestro examen de conciencia personal, la purificación
interna y la renovación espiritual. El pueblo de Irlanda, con razón, espera
que seáis hombres de Dios, que seáis santos, que viváis con sencillez, y
busquéis día tras día la conversión personal. Para ellos, en palabras de
San Agustín, sois un obispo, y sin embargo, con ellos estáis llamados a ser
un discípulo de Cristo (cf. Sermón 340, 1). Os exhorto a renovar vuestro
sentido de responsabilidad ante Dios, para crecer en solidaridad con vuestro
pueblo y profundizar vuestra atención pastoral con todos los miembros de
vuestro rebaño. En particular, preocupaos por la vida espiritual y moral de
cada uno de vuestros sacerdotes. Servidles de ejemplo con vuestra propia
vida, estad cerca de ellos, escuchad sus preocupaciones, ofrecedles aliento
en este momento de dificultad y alimentad la llama de su amor por Cristo y
su compromiso al servicio de sus hermanos y hermanas.

Asimismo, hay que alentar a los laicos a que desempeñen el papel que les
corresponde en la vida de la Iglesia. Aseguraos de su formación para que
puedan, articulada y convincentemente, dar razón del Evangelio en medio
de la sociedad moderna (cf. 1 Pet 3, 15), y cooperen más plenamente en la
vida y misión de la Iglesia. Esto, a su vez, os ayudará a volver a ser
guías y testigos creíbles de la verdad redentora de Cristo.

12. A todos los fieles de Irlanda

La experiencia de un joven en la Iglesia debería siempre fructificar en
su encuentro personal y vivificador con Jesucristo, dentro de una
comunidad que lo ama y lo sustenta. En este entorno, habría que animar a
los jóvenes a alcanzar su plena estatura humana y espiritual, a aspirar a
los altos ideales de santidad, caridad y verdad y a inspirarse en la
riqueza de una gran tradición religiosa y cultural. En nuestra sociedad cada
vez más secularizada en la que incluso los cristianos a menudo encuentran
difícil hablar de la dimensión trascendente de nuestra existencia, tenemos
que encontrar nuevas modos para transmitir a los jóvenes la belleza y la
riqueza de la amistad con Jesucristo en la comunión de su Iglesia. Para
resolver la crisis actual, las medidas que contrarresten adecuadamente los
delitos individuales son esenciales pero no suficientes: hace falta una
nueva visión que inspire a la generación actual y a las futuras
generaciones a atesorar el don de nuestra fe común. Siguiendo el camino
indicado por el Evangelio, observando los mandamientos y conformando
vuestras vidas cada vez más a la figura de Jesucristo, experimentaréis
con seguridad la renovación profunda que necesita con urgencia nuestra
época . Invito a todos a perseverar en este camino.

13. Queridos hermanos y hermanas en Cristo, profundamente preocupado por
todos vosotros en este momento de dolor, en que la fragilidad de la
condición humana se revela tan clar amente, os he querido ofrecer palabras
de aliento y apoyo. Espero que las aceptéis como un signo de mi cercanía
espiritual y de mi confianza en vuestra capacidad para afrontar los retos
del momento actual, recurriendo, como fuente de renovada inspiración y
fortaleza a las nobles tradiciones de Irlanda de fidelidad al Evangelio,
perseverancia en la fe y determinación en la búsqueda de la santidad. En
solidaridad con todos vosotros, ruego con insistencia para que, con la
gracia de Dios, las heridas inflingidas a tantas personas y familias puedan
curarse y para que la Iglesia en Irlanda experimente una época de
renacimiento y renovación espiritual

14. Quisiera proponer, además, algunas medidas concretas para abordar la
situación.

Al final de mi reunión con los obispos de Irlanda, les pedí que la
Cuaresma de este año se considerase un tiempo de oración para la efusión de
la misericordia de Dios y de los dones de santidad y fortaleza del
Espíritu Santo sobre la Iglesia en vuestro país. Ahora os invito a todos a
ofrecer durante un año, desde ahora hasta la Pascua de 2011, la penitencia
de los viernes para este fin. Os pido que ofrezcáis el ayuno, las
oraciones, la lectura de la Sagrada Escritura y las obras de misericordia
por la gracia de la curación y la renovación de la Iglesia en Irlanda. Os
animo a redescubrir el sacramento de la Reconciliación y a utilizar con más
frecuencia el poder transformador de su gracia.

Hay que prestar también especial atención a la adoración eucarística, y en
cada diócesis debe haber iglesias o capillas específicamente dedicadas a
ello. Pido a las parroquias, seminarios, casas religiosas y monasterios que
organicen períodos de adoración eucarística, para que todos tengan la
oportunidad de participar. Mediante la oración ferviente ante la presencia
real del Señor, podéis cumplir la reparación por los pecados de abusos
que han causado tanto daño y al mismo tiempo, implorar la gracia de una
fuerza renovada y un sentido más profundo de misión por parte de todos
los obispos, sacerdotes, religiosos y fieles.

Estoy seguro de que este programa conducirá a un renacimiento de la
Iglesia en Irlanda en la plenitud de la verdad de Dios, porque la verdad
nos hace libres (cf. Jn 8, 32).

Además, después de haber rezado y consultado sobre el tema, tengo la
intención de convocar una Visita Apostólica en algunas diócesis de Irlanda,
así como en los seminarios y congregaciones religiosas. La visita tiene por
objeto ayudar a la Iglesia local en su camino de renovación y se establecerá
en cooperación con las oficinas competentes de la Curia Romana y de la
Conferencia Episcopal Irlandesa. Los detalles serán anunciados en su debido
momento.

También propongo que se convoque una misión a nivel nacional para todos
los obispos, sacerdotes y religiosos. Espero que gracias a los
conocimientos de predicadores expertos y organizadores de retiros en
Irlanda, y en otros lugares , mediante la revisión de los documentos
conciliares, los ritos litúrgicos de la ordenación y profesión, y las
recientes enseñanzas pontificias, lleguéis a una valoración más profunda
de vuestras vocaciones respectivas, a fin de redescubrir las raíces de
vuestra fe en Jesucristo y de beber a fondo en las fuentes de agua viva que
os ofrece a través de su Iglesia.

En este año dedicado a los sacerdotes, os propongo de forma especial la
figura de San Juan María Vianney, que tenía una rica comprensión del
misterio del sacerdocio. "El sacerdote -escribió- tiene la llave de los
tesoros de los cielos: es el que abre la puerta, es el mayordomo del buen
Dios, el administrador de sus bienes." El cura de Ars entendió
perfectamente la gran bendición que supone para una comunidad un sacerdote
bueno y santo: "Un buen pastor, un pastor conforme al corazón de Dios es el
tesoro más grande que Dios puede dar a una parroquia y uno de los más
preciosos dones de la misericordia divina ".Que por la intercesión de San
Juan María Vianney se revitalice el sacerdocio en Irlanda y toda la Iglesia
en Irlanda crezca en la estima del gran don del ministerio sacerdotal.

Aprovecho esta oportunidad para dar las gracias anticipadamente a todos
aquellos que ya están dedicados a la tarea de organizar la Visita
Apostólica y la Misión, así como a los muchos hombres y mujeres en toda
Irlanda que ya están trabajando para proteger a los niños en los ambientes
eclesiales. Desde el momento en que se comenzó a entender plenamente la
gravedad y la magnitud del problema de los abusos sexuales de niños en
instituciones católicas, la Iglesia ha llevado a cabo una cantidad inmensa
de trabajo en muchas partes del mundo para hacerle frente y ponerle
remedio. Si bien no se debe escatimar ningún esfuerzo para mejorar y
actualizar los procedimientos existentes, me anima el hecho de que las
prácticas vigentes de tutela, adoptadas por las iglesias locales, se
consideran en algunas partes del mundo, un modelo para otras instituciones.

Quiero concluir esta carta con una Oración especial por la Iglesia en
Irlanda, que os dejo con la atención que un padre presta a sus hijos y el
afecto de un cristiano como vosotros, escandalizado y herido por lo que ha
ocurrido en nuestra querida Iglesia. Cuando recéis esta oración en vuestras
familias, parroquias y comunidades, la Santísima Virgen María os proteja y
guíe a cada uno de vosotros a una unión más estrecha con su Hijo,
crucificado y resucitado. Con gran afecto y confianza inquebrantable en las
promesas de Dios, os imparto a todos mi bendición apostólica como prenda de
fortaleza y paz en el Señor.

Desde el Vaticano, 19 de marzo de 2010, Solemnidad de San José.

Vaticano investigará supostas aparições de Virgem Maria na Bósnia

Peregrinação de católicos na cidade de Medjugorje, Bósnia (AFP)

O Vaticano anunciou que enviará uma comissão para investigar alegações sobre aparições constantes da Virgem Maria na cidade de Medjugorje, na Bósnia-Herzegóvina.

A primeira aparição foi relatada por seis crianças, em junho de 1981.

Desde então, tem havido relatos diários sobre supostas aparições da Virgem Maria, em alguma ocasiões usando roupa cinza com véu e, em outras, vestindo trajes dourados, coroada com estrelas e flutuando em uma nuvem.

Os moradores afirmam que ela fala croata, pronunciando as frases: “Eu vim porque há muitos devotos verdadeiros aqui. Eu desejo estar com vocês para converter e reconciliar o mundo todo.”

Também foi dito que três raios de luz precedem suas aparições, durante as quais supostamente as vozes das pessoas que testemunham o evento não são ouvidas.

A Igreja Católica, no entanto, há muito questiona a credibilidade das aparições.

A comissão irá se reportar à Congregação pela Doutrina da Fé, o principal corpo doutrinário do Vaticano.

Enquanto isso, a pequena cidade continua atraindo peregrinos.

Estima-se que cerca de 30 milhões de pessoas visitaram a cidade desde a primeira suposta aparição do que os moradores normalmente chamam de “Nossa Senhora”.

Exorcista-chefe da Igreja diz que há bispos ligados ao Diabo

Basílica de São Pedro, no Vaticano (Foto: Andreas Tille)

O exorcista-chefe da Igreja Católica disse a um jornal italiano que “o Diabo reside no Vaticano” e que bispos estariam “ligados” a ele.

Em entrevista ao diário La Repubblica, o padre Gabriele Amorth, que comanda o departamento de exorcismo em Roma há 25 anos, disse que o ataque ao papa Bento 16 na noite de Natal e os escândalos de pedofilia e abuso sexual envolvendo sacerdotes seriam provas da influência maléfica do Demônio na Santa Sé e que “é possível ver as consequências disso”.

O sacerdote, de 85 anos, disse ainda que há, na Igreja, “cardeais que não acreditam em Jesus e bispos ligados ao Demônio”.

Amorth, que já teria realizado o exorcismo de 70 mil possuídos, publicou um livro no mês passado, chamado Memórias de um Exorcista, em que narra suas batalhas contra o mal.

A série de entrevistas que compõe o livro foi realizada pelo jornalista Marco Tosatti, que conversou com o programa de rádio Newshour da BBC.

Tosatti disse que o Diabo atua de duas formas. Na primeira, a mais ordinária, “ele te aconselha a se comportar mal, a fazer coisas ruins e até a cometer crimes”.

Na segunda, “que ocorre muito raramente”, ele pode possuir uma pessoa. Tosatti disse que, de acordo com Amorth, Adolf Hitler e os nazistas foram possuídos pelo capeta.

O exorcista católico conta em suas memórias que, durante as sessões de exorcismo, os possuídos precisavam ser controlados por seis ou sete de seus assistentes. Eles também eram capazes de cuspir cacos de vidro, “pedaços de metal do tamanho de um dedo, mas também pétalas de rosas”, segundo o sacerdote.

Guerra contra a Igreja

Amorth defende que a tentativa de assassinato do papa João Paulo 2º em 1981, assim como o ataque ao atual papa no Natal passado e os casos de abuso sexual cometidos por padres são exemplos de que o Diabo está em guerra com a igreja.

Em entrevista ao La Repubblica, o exorcista contou que o Demônio “pode permanecer escondido, ou falar diferentes línguas, ou mesmo se fazer parecer simpático”.

Para Tosatti, não há nada que se possa fazer quando o Diabo está apenas influenciando as pessoas, em vez de estar possuindo-as.

Segundo o exorcista-chefe do Vaticano, o papa Bento 16 apoia o seu trabalho.

“Sua Santidade acredita de todo coração na prática do exorcismo. Ele tem encorajado e louvado o nosso trabalho”.

No jornal italiano, Amorth também comentou sobre como o cinema retrata o exorcismo e a magia.

Segundo ele, o filme O Exorcista, de 1973, em que dois padres lutam para exorcizar uma garota possuída é “substancialmente preciso”, apesar de “um pouco exagerado”.

Já a série do jovem bruxo britânico Harry Potter é descrita como “perigosa” pelo sacerdote, pois traça “uma falsa distinção entre magia negra e magia do bem”.