Arquivo mensal: julho 2010

Reverenda se desculpa após dar comunhão a cachorro no Canadá

Uma reverenda canadense pediu desculpas por haver dado a comunhão a um cachorro. Marguerite Rea, da Igreja Anglicana de St Peter, em Toronto, recebeu reclamações de cristãos em todo o Canadá após ter dado a hóstia a um cachorro da raça pastor alemã chamado Trapper.

O bispo da região, Patrick Yu, disse que a reverenda tinha desrespeitado as normas da igreja com sua ação “estranha e chocante”.

Rea disse que tinha simplesmente feito um gesto acolhedor para um novo membro da congregação e seu bicho de estimação. “Se magoei, ofendi ou causei constrangimento a alguém, peço desculpas”, ela disse aos fiéis no domingo pela manhã – segundo o jornal Toronto Star.

Polêmica canina
A polêmica começou em junho, quando Trapper, de quatro anos, e seu dono, o motorista de caminhão, Donald Keith, 56 anos, foi pela primeira vez à missa de Rea, na área central de Toronto.

“A pastora me deu as boas-vindas e disse que eu fosse até o altar receber a comunhão, Trapper veio junto e a reverenda também deu a comunhão a ele”, afirmou Keith.

Apesar de, segundo Keith, ninguém ter reclamado na hora, uma testemunha do fato entrou com uma reclamação na Diocese Anglicana de Toronto e, desde a missa, deixou a igreja.

Quando a notícia se espalhou, a Igreja Anglicana de St Peter começou a receber emails de cristãos revoltados, de todo o país.

“A comunhão é um símbolo do sacrifício do corpo de Jesus: ele morreu por todos nós. Mas não me lembro de nada nas escrituras a respeito de Jesus morrendo pela salvação de nossos bichos de estimação”, afirmou Cheryl Chang, diretora da Rede Anglicana, no Canada, de acordo com o jornal National Post.

“Posso compreender a razão de as pessoas estarem ofendidas”, disse o bispo Patrick Yu.

“Nunca ouvi falar disso antes. Acho que a reverenda foi tomada pelo que considero um gesto mal orientado de boas-vindas”, acrescentou.

Le notti brave dei preti gay: una grande inchiesta in edicola con Panorama

Un’inchiesta con telecamera nascosta, seguita da verifiche minuziose e da controlli accurati. Per venti giorni Carmelo Abbate, giornalista di Panorama, affiancato da un «complice» gay, si è infiltrato nelle serate brave di alcuni preti che, a Roma, conducono una sorprendente doppia vita: di giorno sono sacerdoti in abito talare; di notte, smessa la tonaca, sono uomini perfettamente integrati negli ambienti omosessuali della capitale. Quella che ne è uscita è un’inchiesta sul campo che ha permesso di scoprire una realtà inedita e per certi versi sconvolgente: sacerdoti che partecipano a feste notturne con escort uomini; che hanno rapporti omosessuali con partner casuali; che frequentano chat e ritrovi gay.

Panorama ha individuato numerosi casi e ne ha raccontati tre in particolare: quello di Paul, quello di Carlo e quello di Luca (i nomi sono inventati per proteggere l’identità dei sacerdoti).

Il primo, un francese sui 35 anni, ha incontrato il cronista di Panorama venerdì 2 luglio, in una festa gay in un locale del quartiere di Testaccio. Nella serata, cui partecipavano – retribuiti – due escort uomini che hanno ballato seminudi con il prete e con altri ospiti (praticando poi sesso gay con alcuni di loro), era presente anche Carlo, il secondo prete, che ha un’età tra i 45 e i 50 anni. La notte termina a casa di Paul, dove il complice gay del cronista di Panorama prima chiede al prete di indossare l’abito talare e poi ha un rapporto sessuale con lui, ripreso dalla telecamera nascosta.

La sera successiva Paul e Carlo hanno dato appuntamento al cronista di Panorama e al suo complice al Gay village di Roma, mostrando di trovarsi a loro agio in quell’ambiente. In questa occasione, Carlo più volte si è assentato sostenendo di averlo dovuto fare per evitare di incontrare quelli che aveva riconosciuto come altri preti o catechisti. La serata si è chiusa con lo stesso finale della precedente. Il giorno dopo, domenica 4 luglio, Paul ha celebrato la messa su un tavolino della propria abitazione, alla presenza del cronista di Panorama e del suo complice.

Il videoeditoriale del direttore: abbiamo le prove

Panorama ha verificato che Paul è effettivamente un prete. Con Carlo, invece, l’incontro si è svolto in un ristorante del centro di Roma, abitualmente frequentato da gay. Carlo ha indicato una coppia di uomini a un altro tavolo, sostenendo che uno dei due fosse un prete e che fossero «fidanzati». A suo dire, il locale è abitualmente frequentato da tanti prelati gay.

Carlo ha sostenuto anche che almeno il 98 per cento dei preti che conosce è omosessuale, ma ha aggiunto che nella Chiesa di oggi c’è una parte «intransigente» che si sforza di non guardare la realtà, e un’altra parte più «evangelica», che invece riconosce e accetta il fenomeno dei preti omosessuali. Al termine del pranzo, Carlo ha portato il complice di Panorama nel suo appartamento, che è collegato a una grande struttura ecclesiastica, e ha avuto con lui un rapporto sessuale, anche questo ripreso dalla telecamera nascosta.

Il cronista di Panorama ha anche filmato Carlo mentre celebrava la messa in una chiesa non lontana dal suo appartamento. Sulla versione online di “Panorama” e sull’iPad saranno disponibili, dal 23 luglio, tutti i filmati a corredo dell’inchiesta.

VICARIATO: PRETI GAY SI DIMETTANO
Se ci sono sacerdoti gay, ”coerenza vorrebbe che venissero allo scoperto”, perchè ”nessuno li costringe a rimanere preti, sfruttandone solo i benefici”. Lo afferma il vicariato di Roma in una nota diffusa all’indomani delle rivelazioni di Panorama su alcuni preti che condurrebbero una ”doppia vita”, frequentando nel tempo libero i locali di ritrovo degli omosessuali della capitale.

Custo da guerra ao terrorismo supera US$ 1 trilhão, diz relatório

Os custos das operações militares realizadas pelos Estados Unidos desde os ataques de 11 de Setembro, na chamada guerra ao terrorismo, já superam US$ 1 trilhão (R$ 1,78 trilhão), segundo um relatório do Serviço de Pesquisas do Congresso americano.

Ajustado à inflação, os custos das guerras no Afeganistão, no Iraque e em outros lugares do mundo chegam a US$ 1,15 trilhão (R$ 2 trilhões). O valor perde apenas para os US$ 4,1 trilhões (R$ 7,3 trilhões) gastos na Segunda Guerra (1939-1945).

A comparação foi feita no relatório “Custo das Principais Guerras dos EUA”, que tenta avaliar os custos das guerras ao longo de mais de 230 anos, desde a Revolução Americana até a atualidade.

O próprio autor do documento, Stephen Daggett, ressalta que a comparação em um período de tempo tão grande, quando a moeda americana sofreu grandes mudanças de valor, “é problemática”.

O valor considerado na época da Segunda Guerra, por exemplo é de US$ 296 bilhões –36% do PIB americano. Já o US$ 1,15 trilhão da guerra contra o terrorismo representa 1% do PIB dos EUA atual.

“Um problema é separar o custo das operações militares dos custos das forças em tempos de paz. Nos últimos anos, o Departamento de Defesa tentou identificar as despesas adicionais de engajar em operações militares, acima dos custos de manter operações militares rotineiras”, explica o relatório.

“Os números são problemáticos também por causa das dificuldades de comparar preços de uma era completamente diferente para outra. Talvez um problema mais significativo é que a guerra fica mais cara ao longo do tempo pelo custo da tecnologia e sofisticação, tanto das atividades militares quanto civis”, completa.

Em 2007, um orçamento do Congresso americano feito em 2007 estimava que o custo das guerras no Iraque e Afeganistão ficariam em US$ 2,4 trilhões até 2017, mais do que o dobro do valor total.

Ipea prevê erradicação da miséria em SC e PR em 2012

Um estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que Santa Catarina e Paraná deverão ser os primeiros Estados do País a erradicar totalmente a miséria, atingindo a marca em 2012.

A previsão foi feita com base na evolução do combate à pobreza extrema entre 2003 e 2008 e considera, ainda, o fato de esses dois Estados terem a menor incidência de miseráveis do País.

Segundo o levantamento do Ipea, com base em dados do IBGE, a miséria no Estado de Santa Catarina atinge 2,8% da população, enquanto no Paraná essa incidência é de 5,7%.

A pobreza extrema (ou miséria) é caracterizada por um rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo – ou seja, uma média de R$ 127,50 para cada integrante da família.

Em 2013, deve ser a vez de Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais entrarem para a lista dos Estados sem miseráveis, segundo o Ipea. No ano seguinte, São Paulo e Mato Grosso devem passar a integrar o grupo.

A estimativa do Ipea é de que, em 2016, todo o país terá conseguido erradicar a pobreza extrema, caso o ritmo de avanços dos últimos anos seja mantido.

Diferenças
O estudo chama atenção para a “enorme assimetria” entre Estados e grandes regiões geográficas do país no que diz respeito à taxa de pobreza e afirma que o assunto merece “ações específicas”.

Enquanto Santa Catarina tem 2,8% de miseráveis, esse mesmo índice em Alagoas atinge um terço da população: 32,2%. As diferenças regionais também são visíveis no caso da pobreza absoluta (renda per capita de meio salário mínimo), que é de 18% na região Sul contra 42,8% na região Norte. A média nacional é de 28,8%.

Pelos cálculos do Ipea, o Brasil poderá reduzir esse índice para 4% da população nos próximos seis anos, número próximo ao de países ricos.

Contradições
O estudo aponta ainda algumas contradições entre a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de algumas regiões e a diminuição da pobreza. Um exemplo é a região Centro-Oeste, que registrou o maior ritmo médio anual de crescimento do PIB per capita (5,3%), mas ao mesmo tempo apresentou o pior desempenho em termos de redução média anual da taxa de pobreza absoluta (-0,9%).

Já a região Sul seguiu a trajetória inversa: teve a menor expansão econômica média anual (2,3%), mas apresentou o melhor desempenho em termos de redução da pobreza (-3,0%). “O crescimento econômico, ainda que indispensável, não se mostra suficiente para elevar o padrão de vida de todos os brasileiros”, diz o texto.

Outro exemplo que chama atenção é o do Distrito Federal, que apesar de ter expandido sua economia de forma considerável, com uma alta média anual do PIB per capita de 6,5%, foi a única unidade da federação que conseguiu piorar seu índice de desigualdade de renda no período.

Segundo o estudo do Ipea, a explicação para essas diferenças pode estar no “perfil” do crescimento econômico, ou seja, se essa expansão foi acompanhada por uma geração “intensiva” de empregos e da qualidade dos postos de trabalho gerados.

Em sua conclusão, o instituto diz que o Brasil está diante de uma “inédita oportunidade” de superação da pobreza e que, para aproveitá-la, o país precisa investir em “políticas de Estado”. “Por meio dessas políticas, o Brasil protagonizaria um novo padrão de desenvolvimento capaz de torná-lo a quinta economia do mundo”, diz o texto.

Encontrado documento de 3,4 mil anos, o mais antigo de Jerusalém

Especialistas acreditam que o fragmento tenha 3,4 mil anos Foto:  AFP

Especialistas acreditam que o fragmento tenha 3,4 mil anos
Foto: AFP

A Universidade Hebraica de Jerusalém divulgou nesta segunda-feira a descoberta de um pequeno pedaço de argila de aproximadamente 3,4 mil anos. Segundo a instituição, o objeto foi descoberto nas muralhas da cidade antiga e é o documento escrito mais antigo da história de Jerusalém.

Os cientistas acreditam que o fragmento fazia parte de uma tabuleta que, por sua vez, pertencia aos arquivos reais da época da Idade do Bronze, muitos antes de a cidade ser conquistada por Davi.

O fragmento é muito pequeno, com 2 cm por 2,8 cm, e contém símbolos cuneiformes do idioma acádio. Os cientistas afirmam que os significados das palavras não têm grande importância (os pesquisadores traduziram palavras como “você”, “onde”, “tarde” e outras), ao contrário da sua forma, de grande nível, o que indica ter sido escrita por um escriba muito hábil o que, por sua vez, indica que documento pertenceu à realeza da época. Contribui para essa hipótese um exame que indica que a argila da tabuleta é da região de Jerusalém, e não de outro reino da época.

Ainda de acordo com a universidade, o fragmento é cerca de 600 anos mais velho que o documento que até então era considerado o mais antigo. O pedaço de argila indica ainda, segundo os cientistas, que Jerusalém era uma cidade importante durante a época, o que vai contra o que se acreditava até agora, de que esse centro urbano só foi ganhar importância anos mais tarde.

Novo anticorpo neutraliza 91% das variantes de HIV, mostra estudo

DO “WALL STREET JOURNAL”

Cientistas americanos descobriram três potentes anticorpos contra o vírus HIV. O mais potente conseguiu neutralizar 91% das cepas de HIV, mais do que qualquer anticorpo testado até hoje.

Os pesquisadores também identificaram exatamente qual parte do vírus é atacada pelo anticorpo e como ele ataca o local.

Os anticorpos foram descobertos nas células de um homem afroamericano gay de 60 anos, conhecido na literatura científica como “Doador 45”, cujo corpo produz os anticorpos naturalmente. Pesquisadores fizeram uma triagem de cerca de 25 milhões de suas células até encontrar 12 que produzem os anticorpos. Agora, a questão é desenvolver vacinas ou outros métodos para possibilitar que qualquer pessoa possa produzi-los.

O desenvolvimento vai exigir muito trabalho, segundo Gary Nabel, líder da pesquisa, publicada na revista “Science”, e diretor do Centro de Pesquisas de Vacinas no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas. “Vamos trabalhar nisso por um bom tempo até que obtenhamos benefícios clínicos.”

NIAID-VRC/Divulgação
Estrutura de poderoso novo anticorpo (azul e verde) ligado ao vírus  HIV (cinza e vermelho), causador da Aids
Estrutura de poderoso novo anticorpo (azul e verde) ligado ao vírus HIV (cinza e vermelho), causador da Aids

VACINAS

Os resultados de uma primeira vacina contra HIV foram anunciados no ano passado após um teste na Tailândia. Mas a vacina reduziu as chances de infecção em apenas 30% dos casos, e gerou controvérsias porque em uma análise os resultados não foram estatisticamente significantes.

Anticorpos que são pouco eficientes ou que atacam apenas uma ou duas variantes do vírus são comuns. Até o ano passado, poucos anticorpos capazes de neutralizar um grande número de variantes haviam sido descobertos e nenhum deles neutralizava mais de 40% das cepas conhecidas.

Mas recentemente, graças a novos métodos de detecção mais eficientes, meia dúzia de novos anticorpos, incluindo os três novos descritos no artigo da “Science”, foram identificados. As novas moléculas são também mais potentes, capazes de neutralizar o vírus em concentrações muito menores que os anteriores.

Alguns dos novos anticorpos atacam diferentes regiões do vírus, aumentando a esperança de que eles poderiam operar em sinergia. Em particular, um anticorpo é capaz de atacar uma ponta do vírus essencial para sua ligação às células. Mais importante, essa ponta apresenta baixa taxa de mutação, pois o vírus precisa se ligar a uma molécula específica das células humanas.

Um problema potencial no desenvolvimento de vacinas, porém, é que as células do “Doador 45” levam meses para criar os anticorpos. Isso significa que, uma vez desenvolvida, talvez seja necessário aplicar a vacina mais de uma vez para acelerar o processo de imunização.

COQUETEL DE ANTICORPOS

Os pesquisadores planejam testar os novos anticorpos, provavelmente misturados em um coquetel potente, em três grandes vertentes.

Na primeira, os anticorpos poderiam ser administrados em sua forma pura, como uma droga, para prevenir a transmissão do vírus. No entanto, isso seria caro e teria duração limitada, tornando o método adequado apenas para casos específicos, como prevenção de transmissão de mães para filhos durante o parto.

Outra possibilidade é usar os anticorpos para o desenvolvimento de vacinas tradicionais. Nesse caso, versões enfraquecidas de vírus seriam utilizadas para treinar o sistema imune do receptor a reconhecer o invasor e produzir anticorpos.

Como os novos anticorpos contra o HIV são extremamente específicos, agarrando-se firmemente a determinadas regiões do vírus, os cientistas precisam apresentar ao sistema imune uma réplica exata das partes do vírus que o anticorpo deverá atacar. Isso é difícil de fazer; é complicado, por exemplo, manter a réplica no formato adequado. Mas equipes diferentes de pesquisadores estão tentando resolver esse problema.

Por fim, existe a terapia gênica. O prêmio Nobel David Baltimore está trabalhando nessa vertente, com verbas da Fundação Bill e Melinda Gates. Sua equipe no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena (EUA), juntou genes que codificam anticorpos em um vírus não maligno, que depois é injetado em camundongos. Os vírus então infectam células de camundongos, transformando-as em fábricas que produzem os anticorpos, imunizando a pessoa contra o HIV.

A tragédia no Golfo do México, o carro elétrico e as apostas brasileiras

Por Gustavo dos Santos, Luiz Salomão e Rodrigo Medeiros

Há semanas o mundo assiste perplexo o fracasso da maior potência tecnológica do planeta em conter o vazamento de petróleo a 1.500 metros de profundidade no Golfo do México. Esse vazamento será estancado. Em Engenharia, geralmente, a grande questão não é se uma obra ou intervenção é possível, mas quanto ela custa.

O custo será muito alto. Além de estancar o derramamento, há os custos de recuperação ambiental e econômica das regiões atingidas. A British Petroleum foi obrigada a criar um fundo de 20 bilhões de dólares para cobrir as indenizações. Estima-se, entretanto, que essas possam atingir a cifra de US$ 60 bilhões.

A maior tragédia ambiental da história causada por derramamento ainda deverá trazer grandes impactos. Os impactos climáticos e de saúde causados pelo consumo de petróleo são muito conhecidos. A partir desse acidente, a indústria carregará para sempre uma percepção de alto risco ambiental na produção em águas profundas.

O petróleo em águas profundas é a grande esperança da indústria para suprir o crescimento da demanda nos próximos anos, e adiar o declínio da produção conforme os prognósticos da teoria do Pico do petróleo de Hubbert.

Essa nova percepção de risco ambiental elevará significativamente o custo de produção por exigência de medidas de segurança mais rigorosas, equipamentos mais sofisticados, regulação mais severa e prêmios de seguro mais abrangentes e caros. Implicará, assim, em preços futuros do insumo ainda maiores que o atual. Isso será duplamente positivo para o Brasil, porque exportará petróleo cada vez mais caro e porque agregará cada vez mais equipamentos, tecnologia e serviços nacionais em sistemas de exploração e prevenção de acidentes cada vez mais complexos.

Em nível global, o impacto será negativo. Preços de derivados de petróleo ainda maiores do que os atuais impactarão severamente nos custos dos transportes. Os dois principais destinos da energia primária no mundo são os transportes e a geração de eletricidade. O petróleo é a fonte de energia predominante para os transportes, mas secundária para a produção de energia elétrica.

Hoje, no mundo, a pesquisa e aplicação de tecnologias limpas para redução das emissões de carbono têm se concentrado mais na produção de energia elétrica: eólica, nuclear, solar, biomassa, melhorias nas termelétricas, captura de carbono etc. Nos transportes, umas das poucas experiências práticas são o etanol e o biodiesel. Porém, em relação a esses combustíveis, a capacidade mundial de produção não permite uma substituição significativa dos derivados de petróleo destinados aos transportes, a nível global. Mesmo no Brasil, não se vislumbra uma substituição muito superior a 50%. Mas, com exceção do Brasil, essas e outras alternativas à utilização do petróleo nos transportes recebem relativamente menos investimentos do que as tecnologias de redução de emissões na produção de energia elétrica. Isso é um aparente paradoxo, porque, tendo em vista que, por unidade de energia contida, o petróleo é significativamente mais caro do que o carvão e o gás natural, principais combustíveis fósseis usados na produção de energia elétrica.

Além do custo mais alto, os derivados de petróleo são utilizados de forma menos eficiente do que a energia elétrica nos meios de transporte. A eficiência dos motores elétricos é quase 4 vezes superior a dos motores a combustão e nos veículos elétricos é possível aproveitar as frenagens e descidas para poupar energia, gerando ganhos adicionais entre 20 e 40%.

Os veículos elétricos tornaram-se economicamente viáveis graças à elevação extraordinária do preço do petróleo a partir de 2003, à preocupação ambiental e ao desenvolvimento tecnológico. O acidente do Golfo tornou mais claro que o preço do petróleo não só não vai cair, como continuará aumentando. A era de socialização dos custos ambientais e do petróleo “barato” realmente acabaram.

Entretanto, ainda havia resistências à substituição do petróleo na matriz de transportes vindas da indústria do petróleo e parcialmente das grandes montadoras. Algumas delas enxergavam, no carro elétrico, um risco em razão da possibilidade da entrada de novos concorrentes e, principalmente, em razão de uma esperada depreciação de boa parte de seu capital tecnologico e social de produção. As velhas indústrias de petróleo e automobilística viveram em perfeita simbiose por quase cem anos. Não se pode também esquecer a resistência dos países cuja prosperidade, e mesmo a sobrevivência, depende do petróleo. Por anos, essas forças dificultaram o aparecimento de tecnologias alternativas.

Hoje essa resistência não é interessante para ninguém. A maioria das empresas do setor automotivo entraram na corrida para produzir veículos elétricos. As maiores empresas petrolíferas estão se tornando empresas energéticas, diversificando sua área de atuação. O contínuo crescimento da demanda por petróleo, especialmente na Ásia, combinado aos problemas de oferta, tende a aumentar seu preço e poderá até trazer o risco de desabastecimento e de conflitos. Assim, as resistências contra os carros verdes continuarão diminuindo.

Na próxima década, a preferência pelos veículos elétricos a bateria poderá ser limitada por restrições técnicas ao abastecimento rápido de baterias, e pelo seu alto custo e menor autonomia. Porém, a penetração dos carros a bateria deve aumentar na próxima década. A escassez de petróleo, os problemas ambientais e o desenvolvimento tecnológico tornarão as alternativas elétricas mais competitivas. Porém, o processo será suficientemente lento para todos se adaptarem. A indústria do petróleo, do etanol e os países exportadores de combustíveis, como o Brasil, não precisam resistir à expansão dos veículos elétricos. Pelo contrário, deveriam investir nas novas tecnologias, que respondem a condicionantes naturais e técnicos e motivações globais que acabarão por prevalecer. Poderão, assim, tirar proveito do novo mundo que emergirá. Se perderem o trem dessa grande revolução tecnológica, será impossível competir com as indústrias e nações que estarão na vanguarda, especialmente a China, que vem investindo pesadamente e tem a vantagem de poder queimar etapas, visto que sua indústria automotiva é das mais novas.

É importante e urgente buscar o consenso em torno de políticas para viabilizar o carro elétrico no Brasil, pois nossa energia elétrica é gerada, predominantemente, por fontes renováveis, podendo no futuro distante praticamente zerar a emissão de gases do efeito estufa no automóveis. Mas é preciso entender que isso pode ser feito sem prejudicar as apostas brasileiras no etanol e no pré-sal. Hoje o diesel é o principal combustível consumido no país. Novas tecnologias permitem que os veículos pesados possam substitui-lo por etanol. Os ônibus a etanol com os eficientes motores híbridos seriam uma benção contra o ar tóxico das grandes cidades. Em um segundo momento, a meta é os caminhões. Assim, o ar das grandes cidades será cada vez mais saudável e se economizará na importação de diesel, que alcançou US$ 4 bilhões em 2008. A utilização do etanol em veículos de ciclo diesel manterá suas exportações crescentes.

De qualquer forma, convém lembrar que a expansão dessas tecnologias será irremediavelmente lenta para superar o declínio da oferta de petróleo frente ao crescimento da demanda por energia. O mundo ficará mais limpo, mas continuará sedento pelo petróleo do pré-sal.

Católicos se dividem entre Dilma e Serra, e evangélicos preferem tucano

Donos de um quarto dos votos no país, os evangélicos se dizem mais dispostos a optar por José Serra (PSDB) do que por Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial.

A disputa está tecnicamente empatada entre os católicos, que representam 62% do eleitorado. Eles dão 40% das intenções de voto ao tucano e 41% à petista.

De acordo com o Datafolha, Serra aparece 9 pontos percentuais à frente de Dilma entre os fiéis de igrejas pentecostais, que somam 16% dos entrevistados. No segmento, Serra tem 42%, e Dilma, 33%.

Desde o ano passado, os candidatos travam batalha pelo apoio dos líderes das principais denominações.

Editoria de Arte/Folhapress
DATAFOLHA Voto por religião

Serra articula aliança com o presidente do maior ramo da Assembleia de Deus, pastor José Wellington Bezerra da Costa. Dilma conta com os votos da Igreja Universal, do bispo Edir Macedo.

Entre os fiéis de igrejas não pentecostais (7% dos eleitores), o tucano aparece com vantagem de 5 pontos sobre a petista: 38% a 33%.

Serra também está à frente de Dilma entre os espíritas, que somam 3% dos entrevistados. O grupo lhe dá dianteira de 11 pontos: 44% a 33%.

O duelo volta a se equilibrar entre o eleitorado que diz não seguir religião alguma. No segmento, o tucano tem 35%, contra 33% da petista, o que configura um empate técnico entre os dois.

Serra se declara católico. Dilma, que já disse não ter certeza da existência de Deus, tem procurado se apresentar como católica.

Única evangélica entre os candidatos ao Planalto, Marina Silva (PV) tem mais apoio dos companheiros de crença do que dos católicos.

A verde aparece com 13% das intenções de voto nos dois grupos evangélicos. Entre os católicos, cai para 8%.

Curiosamente, o melhor resultado da candidata é entre os eleitores que dizem não ter religião: 18%.

Brasileiros são os latino-americanos que mais confiam no rumo do país, diz pesquisa

Uma pesquisa feita em 18 países da América Latina mostrou que os brasileiros são os que mais acreditam que o país e suas famílias “caminham na direção certa”.

Segundo a pesquisa, 91% dos brasileiros aprovam o rumo de suas famílias e 75%, o do Brasil.

A confiança no caminho seguido pelo país, apesar de 16 pontos inferior à depositada no rumo da própria família, está bem à frente à média regional, de apenas 45%.

Os chilenos vêm em segundo nesse quesito com 65% de aprovação no rumo do país. Os argentinos, por outro lado, foram os que manifestaram maior ceticismo, com apenas 19% dos que participaram da pesquisa confiantes no futuro da Argentina.

O Latinobarómetro detectou ainda uma mudança acentuada, em apenas um ano, na visão que a região tem dos Estados Unidos.

Em 2009, a aprovação dos Estados Unidos alcançou o ponto mais alto desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1997, quando esse percentual era de 65%.

Em 2003, a visão positiva alcançou seu ponto mais baixo, de 55%. De 2008 para 2009, após a eleição de Barack Obama para a Presidência, a visão positiva dos Estados Unidos deu um salto de 10 pontos percentuais, passando de uma aprovação por 64% dos entrevistados para 74%.

“A imagem dos Estados Unidos passa por uma lua-de-mel com a eleição de Barack Obama”, resume a pesquisa, destacando ainda que a região passa por um momento de prosperidade e de fortalecimento da democracia.

Resto do mundo

A pesquisa abordou ainda a visão regional sobre outros países e potências. Os Estados Unidos contaram com a aprovação mais expressiva, seguidos pela Espanha (65%), o Japão e a União Europeia (ambos com 63%), o Canadá e a China (ambos com 58%) e Cuba (com 41%).

A República Dominicana é o país onde a visão dos EUA é mais positiva, com 91% de aprovação entre os entrevistados. O Brasil vem em 9º lugar, com 73% de visão positiva sobre os EUA.

A Venezuela é o país com menor índice de aprovação sobre os Estados Unidos (32%), atrás da Bolívia (42%) e da Argentina (57%).

A opinião dos brasileiros sobre a China é menos favorável com apenas 53% enxergando o país de forma positiva. O percentual é abaixo da média geral, de 58%.

Também abaixo da média geral, de 40%, é a visão positiva que os brasileiros têm de Cuba. Apenas 38% veem o país positivamente.

A pesquisa foi feita entre 21 de setembro e 26 de outubro de 2009 pela Latinobarómetro, uma ONG com sede em Santiago, no Chile.