“Primeiro, os nazis vieram buscar os comunistas, mas, como eu não era comunista, calei-me. Depois, vieram buscar os judeus, mas, como eu não era judeu, não protestei. Então, vieram buscar os sindicalistas, mas, como eu não era sindicalista, calei-me. Então, vieram buscar os católicos e, como eu era protestante, eu calei-me. Então, quando me vieram buscar… Já não restava ninguém para protestar” (Bertold Brecht).
Há poucos dias, a Brigada Militar voltou a sua sanha agressiva contra manifestantes da Via Campesina e de Movimentos Sociais urbanos. No dizer do governo e da imprensa era para mostrar a “nova cara” do novo comandante da Brigada, Coronel Mendes. Ou – mas isso não pode ser dito – para criar outro assunto que desviasse as atenções do escândalo na Administração Yeda. As duas coisas talvez sejam verdadeiras.
Boa parte da imprensa – a oficialista RBS na ponta – fez a apologia da violência policial. E muitos, na sociedade, também se alegraram com a demonstração de autoridade policial. “Já era hora de a polícia manter estes arruaceiros longe do centro da capital”, pensaram alguns.
Neste momento é bom lembrar que a Brigada é uma corporação que age por treinamento e disciplina. Voltaram a aprender a bater. O perigo é que, de aqui a alguns dias, igual aos Pit Bulls que foram treinados para agredir estranhos, num momento de confusão e esquecimento, passem a agredir também seus treinadores…
Tenho certeza que, quando a Brigada bater em “filhinhos de papai” e outras espécies da classe média que causam tantas ou mais arruaças nas ruas de Porto Alegre, os brigadianos serão chamados, pela mesma imprensa, de truculentos.
E, quando passarem a bater na elite, serão vistos como fascistas e representantes de um estado autoritário!
Não esqueçam: a Brigada é bem treinada…
A Brigada é bem treinada…
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