A congregação religiosa dos Legionários de Cristo pediu hoje perdão pelos “actos repreensíveis” do seu fundador, o padre mexicano Marcial Maciel, acusado de abusos sexuais e que morreu em Janeiro de 2008 com 87 anos.
“Queremos dirigir-nos a todos os que foram lesados, feridos ou chocados pelos actos repreensíveis do nosso fundador. Precisámos de tempo para assimilar os acontecimentos da sua vida. Para muitos, sobretudo para as vítimas, esse tempo foi demasiado longo e doloroso”, lê-se num comunicado desta congregação católica ultra conservadora divulgado na Internet.
“Exprimimos uma vez mais a nossa dor e o nosso pesar a todas as pessoas atingidas pelas acções do nosso fundador. Queremos pedir perdão a todas as pessoas que o acusaram no passado e em quem não acreditámos ou que não soubemos ouvir”, acrescenta.
“Condenamos os seus actos, contrários ao dever cristão, religioso e sacerdotal do padre Maciel e afirmamos que não correspondem ao modo como nos esforçamos por viver na Legião e no Regnum Christi (os legionários laicos)”, afirmam.
Este comunicado é divulgado dez dias depois de a congregação ter anunciado o fim da inspecção feita pelo Vaticano à instituição. Com base no relatório, Bento XVI decidirá as medidas a tomar.
O papa condenou em 2006 Marcial Maciel a renunciar a todas as suas responsabilidades e a “viver uma vida discreta de oração e penitência”.
A 4 de Março a congregação já tinha pedido perdão aos alegados filhos do fundador, que afirmaram ter sido também vítimas do religioso mexicano. Marcial Maciel, que foi acusado de abuso sexual de seminaristas, teve uma filha de uma relação prolongada com uma mulher e dois filhos com outra.
A congregação está estabelecida em 22 países, nomeadamente no México e em Espanha, e conta 800 padres, 2500 seminaristas e 70 000 membros laicos.
Ver video em: http://www.youtube.com/watch?v=BSfm8PRaSxc