
Todos acompanhamos com enorme tristeza os fatos que vem sendo divulgados pela imprensa internacional envolvendo os mais variados personagens do Vaticano, desde o mordomo, passando por cardeais até chegar a Bento XVI.
O que há de verdade em tudo isso, talvez nem o tempo consiga revelar… O certo é que foi criada uma situação que, tanto no aspecto pessoal como no institucional, é constrangedora.
Constrangedora para o Papa e as pessoas que o rodeiam que se mostram em toda a sua (des)humanidade de homens que mesclam interesses pessoais com o exercício dos mais altos cargas numa instituição de âmbito universal.
Constrangedora para a Igreja Católica que vê questões do mais alto interesse institucional sendo tratadas como objeto de barganha em disputas pessoais. A perda de confiança institucional é, com certeza, a consequência maior deste tipo de situação.
Mas como tudo isso pode acontecer++ Pode, com certeza, haver maldade e pecada na ação de pessoas que transitam pelos ambientes Vaticanos. E aí cabe punição legal e arrependimento e pedido de perdão. Mas isso não explica tudo. Talvez há que se aprofundar numa análise das condições institucionais que possibilitam que situações como essa encontrem ambiente para se desenvolver. A nossa ver, uma Igreja que se volta cada vez mais para dentro e busca a todo custo reforçar sua dimensão intra-institucional acaba criando o “caldo de cultura” para tornar-se ela mesma objeto de disputa.
Se a preocupação da Igreja fosse em contribuir para a solução dos graves problemas que a humanidade, neste iníciodo séc XXI enfrenta, talvez estas questões menores não ocupassem tanto espaço na imprensa a ponto de por em risco a credibilidade da instituição.
Em outros termos, “quem procura acha”, ou seja, quem só se preocupa com questões intra-institucionais acaba gerando disputas intestinas na própria casa.