Manifestantes ficaram feridos, assim como três policiais Crdito: André Ávila |
Na manhã seguinte ao confronto entre manifestantes e policiis militares no Centro de Porto Alegre, o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major André Luiz Córdova, avaliou que não houve excessos por parte da polícia que interveio com balas de borracha e gás de efeito moral. “Mostra uma resposta proporcional a uma agressão real, atual e iminente contra os policiais ou contra terceiros. Essa é a nossa linha, o nosso mantra de ação policial”, disse em entrevista a Rádio Guaíba nesta sexta-feira.
Conforme o comandante, o grupo que promoveu o protesto não tinha líder e não comunicou as autoridades sobre o ato. O major contou que cerca de 300 pessoas que se reuniam desde a tarde dessa quinta-feira na área central começaram, por volta das 23h, a arrancar as grades que cercavam o tatu-bola – símbola da Copa do Mundo de 2014, que fica no Largo Glênio Peres. Segundo o oficial, os manifestantes atiraram pedras e paus contra o boneco inflável, que acabou estourando.
Havia 20 policiais militares no local, segundo Córdova. “Eles iniciaram arremessando contra o tatu-bola, quando o policial se interpôs para evitar que aquele símbolo fosse danificado, os arremessos continuaram e aí os policiais já estavam no meio”, relatou. A guarnição pediu auxílio do 1º e 20º BPM, além do pelotão de prontidão do Batalhão de Operações Especiais (BOE), totalizando 65 policiais.
De acordo com o major, três policiais foram feridos, assim como alguns manifestantes e jornalistas que cobriam o ato. Um grupo atirou pedras contra viaturas e veículos da imprensa e destruiu a porta de um agência bancária. Quatro pessoas foram detidas. A Brigada Militar estuda abrir um inquérito para apurar se houve algum tipo de excesso por parte dos policiais durante o confronto.
Segundo os manifestantes, a polícia agiu com truculência para conter os protestos. O grupo que promoveu o ato denomidado “Defesa Pública da Alegria”, se concentrou primeiramente na Praça Montevideo para realizar a “apropriação dos espaços públicos”, conforme os integrantes. Após, foram até a frente do Mercado Público. A intenção era protestar contra o cercamento do Auditório Araújo Vianna e contra as parcerias público-privadas (PPPs) firmadas pela prefeitura, incluindo a que permitiu instalar chafarizes no Largo Glênio Peres.