Há algumas semanas estamos acompanhando através dos diversos meios de comunicação – principalmente a Internet – a uma série de manifestações populares de contestação aos regimes vigentes nos países de população majoritariamente árabe. Primeiro foi a Tunísia, depois do Egito e agora no Iemen, Bahrein, Líbia, Marrocos… É todo um mundo em ebulição. É um momento que lembra muito os anos 70 e os diversos movimentos revolucionários da América Latina, especialmente a América Central.
Naquela época, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Colômbia, Peru, entre outros, viviam guerras civis que enfrentavam os exércitos nacionais, trinados, financiados e dirigidos pelas diversas agências militares norte-americanas com movimentos revolucionários que se identificavam como socialistas e que pretendiam reproduzir no continente o modelo político e econômico da Europa do Leste e de Cuba. Baseados numa ideologia secular – o comunismo – estes movimentos revolucionários pretendiam derrubar o capitalismo – tanto na sua dimensão nacional como na internacional – e criar condições de autonomia para os países do continente e melhores condições de vida para seus habitantes.
Os atuais movimentos populares do mundo árabe não são motivados por uma ideologia política secular, mas por uma motivação religiosa – o islamismo – que, sim, inclui uma proposta política: a implantação da lei islâmica – a sharia – como forma de reger as relações entre os habitantes destes países e purificá-los da presença opressora dos estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos.
Alguns noticiários e alguns analistas políticos apresentam a irrupção destes movimentos como uma grande novidade e até mesmo como uma grande surpresa. Um olhar mais atento, no entanto, nos deixa ver que não há novidade nenhuma no que está acontecendo no Norte da África e no Oriente Próximo. Em 1979 a Revolução Islâmica no Irâ foi o primeiro movimento revolucionário inspirado pelo Islã a implantar uma República com base na lei islâmica. Em seguida tivemos o Afeganistão e o governo dos estudantes de teologia, os talibãs. A vitório da Frente Islâmica de Salvação na Argélia nas eleições de 1991 e o consequente Golpe Militar que se estendeu numa guerra civil com mais de 300 mil mortos… Depois veio a Al-Qaeda e o Hezbollah que, numa atuação internacional, buscam a expulsão da presença norte-americana e ocidental e a implantação de regimes islâmicos.
Por trás de tudo, a dependência norte-americana, européia e japonesa do petróleo depositado sob as areias dos desertos do Oriente Próximo. As duas Guerras Mundiais contra o Iraque deixaram a problemática do petróleo completamente explícita.
Visto numa perspectiva longa do tempo, a agitação nos países árabes é mais um episódio da longa crise do capitalismo do século XX. Crise que teve seus momentos fortes na Primeira Guerra Mundial, na ascenção dos regimes naz-fascitas na Europa que culminou com a Segunda Guerra Mundial, a simbólica Guerra do Vietnã, as lutas pela independência na África,a s guerrilhas socialistas dos anos 60 e 70 na América Latina, a reconfiguração da África Negra nos anos 80 e 90 e, agora, a eclosão islâmica no mundo árabel.
Onde tudo isso vai levar? Como diriam os norte-americanos, nobody nows! O mais provável é que tudo ainda tenha apenas terminado de começar. Muitos episódios nos aguardam. Duros e sanguinários, muito provavelmente. O único que podemos fazer é solidarizar-nos com as dores de tantos homens, mulheres, velhos e crianças que sofrem as consequências de uma situação que eles não criaram e muito menos desejaram. E pedir a Deus, chamê-mo-lo de Deus-Trindade ou de Allá, que destas dores de parto nasça uma nova realidade de vida para estas nações.
Naquela época, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Colômbia, Peru, entre outros, viviam guerras civis que enfrentavam os exércitos nacionais, trinados, financiados e dirigidos pelas diversas agências militares norte-americanas com movimentos revolucionários que se identificavam como socialistas e que pretendiam reproduzir no continente o modelo político e econômico da Europa do Leste e de Cuba. Baseados numa ideologia secular – o comunismo – estes movimentos revolucionários pretendiam derrubar o capitalismo – tanto na sua dimensão nacional como na internacional – e criar condições de autonomia para os países do continente e melhores condições de vida para seus habitantes.
Os atuais movimentos populares do mundo árabe não são motivados por uma ideologia política secular, mas por uma motivação religiosa – o islamismo – que, sim, inclui uma proposta política: a implantação da lei islâmica – a sharia – como forma de reger as relações entre os habitantes destes países e purificá-los da presença opressora dos estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos.
Alguns noticiários e alguns analistas políticos apresentam a irrupção destes movimentos como uma grande novidade e até mesmo como uma grande surpresa. Um olhar mais atento, no entanto, nos deixa ver que não há novidade nenhuma no que está acontecendo no Norte da África e no Oriente Próximo. Em 1979 a Revolução Islâmica no Irâ foi o primeiro movimento revolucionário inspirado pelo Islã a implantar uma República com base na lei islâmica. Em seguida tivemos o Afeganistão e o governo dos estudantes de teologia, os talibãs. A vitório da Frente Islâmica de Salvação na Argélia nas eleições de 1991 e o consequente Golpe Militar que se estendeu numa guerra civil com mais de 300 mil mortos… Depois veio a Al-Qaeda e o Hezbollah que, numa atuação internacional, buscam a expulsão da presença norte-americana e ocidental e a implantação de regimes islâmicos.
Por trás de tudo, a dependência norte-americana, européia e japonesa do petróleo depositado sob as areias dos desertos do Oriente Próximo. As duas Guerras Mundiais contra o Iraque deixaram a problemática do petróleo completamente explícita.
Visto numa perspectiva longa do tempo, a agitação nos países árabes é mais um episódio da longa crise do capitalismo do século XX. Crise que teve seus momentos fortes na Primeira Guerra Mundial, na ascenção dos regimes naz-fascitas na Europa que culminou com a Segunda Guerra Mundial, a simbólica Guerra do Vietnã, as lutas pela independência na África,a s guerrilhas socialistas dos anos 60 e 70 na América Latina, a reconfiguração da África Negra nos anos 80 e 90 e, agora, a eclosão islâmica no mundo árabel.
Onde tudo isso vai levar? Como diriam os norte-americanos, nobody nows! O mais provável é que tudo ainda tenha apenas terminado de começar. Muitos episódios nos aguardam. Duros e sanguinários, muito provavelmente. O único que podemos fazer é solidarizar-nos com as dores de tantos homens, mulheres, velhos e crianças que sofrem as consequências de uma situação que eles não criaram e muito menos desejaram. E pedir a Deus, chamê-mo-lo de Deus-Trindade ou de Allá, que destas dores de parto nasça uma nova realidade de vida para estas nações.