A revista brasileira “Época ” publicou, este fim de semana, uma fotografia inédita da Presidente do Brasil. Na imagem, Dilma Roussef tinha 22 anos e estava há 22 dias a ser torturada e interrogada pelas autoridades militares. A fotografia faz parte de uma biografia, feita por antigo assessor, Ricardo Amaral, e foi descoberta no processo da justiça militar contra Dilma. “A vida quer é coragem” relata o percurso de Dilma desde a sua participação na luta armada contra o regime militar até chegar ao Palácio do Planalto. O livro chega às bancas ainda este mês.
Dizem que “uma imagem vale por mil palavras”. Nesta foto, este dito é mais válido do que nunca. Não se sabe quem foi o fotógrafo e, por isso, se a pose foi intencional. Dilma, depois de 22 dias de tortura, se mantém de corpo e cabeça erguida, o olhar tranquilo e seguro e a boca a esboçar um sorriso, não se sabe se de dor ou de ironia frente a seus algozes e ao fotógrafo que quer deixar tudo registrado. As mãos tranquilas descansam sobre as pernas como a dizer: a luta segue!

Esta foto só veio à tona agora. Mas todos podemos imaginar o que passou pela cabeça de Dilma e pelas dos militares que a torturaram no dia 1º de Janeiro de 2011 quando a ex-guerrilheira tomou posse e, dentro da cerimônia, passou em revista as tropas. Certamente toda a história recente do Brasil, especialmente a dos últimos 50 anos, se condensou nas suas memórias e nas de muitos brasileiros e brasileiras.
Oxalá que como nação brasileira possamos fazer memória de nosso passado para construir um futuro com democracia e justiça.