Como é do conhecimento de todos, o resultado final foi de 59.109.265 votos rejeitando a proposta (63,94%), enquanto 33.333.045 votaram pelo “sim” (36,06%). E o comércio de armas de fogo e munição continuou legal no Brasil.
Seis anos depois, dados do Ministério da Saúde indicam que 35.233 brasileiros morreram, em 2010, vítimas de armas de fogo. O número corresponde a 70,5% dos 49.932 assassinatos comet idos no país, no ano passado. Se forem considerados os suicídios, os acidentes e mortes de intenção indeterminada, as armas de fogo foram os instrumentos responsáveis pela morte de mais de 38 mil pessoas. O levantamento faz parte do Sistema de Informações de Mortalidade publicado regularmente pelo ministério em seu site
Os números, que ainda são preliminares, são inferiores aos registrados em 2009 (39,6 mil mortes violentas, sendo 36,6 mil homicídios provocados por armas de fogo), mas ainda são consideradas “altas taxas”.
Os dados objetivos – 38 mil pessoas mortas! – e, de por si, assustador. Mas também convida a olhar o lado subjetivo: cada uma dessas 38 mil pessoas faz parte de uma família, de uma comunidade, tem um grupo de relações, pessoas que a amam e depende delas. E que, diante da morte violenta de uma pessoa querida se dizem: por que isso foi acontecer!
Há muitas razões… mas uma delas tem que ser lembrada: porque havia uma arma de fogo à mão! Se não houvesse tantas armas de fogo à disposição de pessoas – equilibradas ou desiquilibras, não importa – muito menos mortes aconteceriam.
E uma pergunta: aqueles e aquelas que, no dia 23 de outubro de 2005, votaram a favor da continuidade da comercialização de armas de fogo e munição, como se sentem quando uma pessoa de suas relações (familiar, amigo, vizinho, colega de trabalho…) é assassinado+ Será que, se o plebiscito fosse novamente proposto, votaria da mesma forma+
Certamente é algo a se pensar…