A final da Copa dos Campeões da Europa entre Chelsea e Bayern foi um daqueles jogos que merecem ser assistidos por todos os que gostam de futebol. Impossível desviar os olhos da televisão sob o risco de perder um lance decisivo. Um jogo sem perda de tempo, sem descanso, sem amarração, um “jogo total”. O gol do Bayern aos 40 do segundo tempo e o empate do Chelsea três minutos depois foram o momento mais intenso e mais estético.
O gol de Drogba foi uma lição de como deve jogar um centroavante, categoria que muitos treinadores e comentaristas insistem em dizer que não existe mais, e de sua importância no time. A repetição em câmera lenta deixa ver toda a plasticidade e vigor do gol de cabeça. Quando a bola sai do escanteio Drogba vê a trajetório e se projeta no meio dos zegueiros e, mesmo sendo empurrado, sobe e, com os olhos bem abertos, faz o movimento do corpo e da cabeça para potencializar a velocidade e, num golpe certeiro, joga a bola contra o gol. O goleiro, o Grande Neuer, não tem tempo para movimentar-se e a bola vai parar no fundo do gol. Esteticamente, uma preciosidade. Tecnicamente, uma lição de como fazer um gol de cabeça.
A decisão nos pênaltis, um show a parte. O Bayern que saiu na frente, não soube aproveitar a vantagem e, outra vez, coube a Drogba o lance final. Sem tomar distância e com toda a calma que só um grande jogador sabe ter, caminhou para a bola, viu o goleiro cair e rolou a bola para o outro canto do gol. Como deve ser, “bola num canto, goleiro no outro”.
A repetição do lance visto pela câmera que estava atrás do gol permite ver o goleiro Neuer caindo para o lado esquerdo e seguindo com o movimento da cabeça e dos olhos a bola que segue para o canto direito como que a dizer: “Drogba, por que fizeste isso comigo!…”