
Conheço o Pe. Pedro e a sua sensibilidade pastoral. Minha primeira reação foi a de duvidar de que as coisas tenham sido tal qual foram descritas por certo setor da imprensa. Mas, como não tive acesso direto à fonte, fico esperando o desenlace. Agora chegou a notícia de que o Bispo de Montenegro, Dom Paulo de Conto, teria afirmado que o menino vai receber a comunhão. É apenas questão de tempo.
O que eu queria comentar aqui foi o argumento que teria sido utilizado para negar a comunhão ao menino: ele não saberia o que estava acontecendo, ou seja, não teria consciência do sentido da Eucaristia. O mesmo argumento teria sido utilizado pelo bispo para justificar a ação do Pe. Pedro.
Se este argumento foi utilizado ou não, não tenho certeza. Mas, no caso de ter sido utilizado, não iria de acordo ao ensinamento da Igreja. A doutrina mais tradicional da Igreja a respeito dos Sacramentos é a do Concílio de Trento. Ela afirma que os Sacramentos tem validade em si mesmos, independentes da vontade da pessoa que os administra ou recebe. Eles são não atuam a sua potencialidade quando a pessoa que os recebe se posiciona sobre o que eles querem significar. No caso do menino, ele não saberia o significado dos sacramentos, mas a eles não se oporia. Portanto, não haveria porque impedi-lo de participar.
Se o argumento de que é necessário saber o que está acontecendo para que o sacramento tivesse validade, não poderíamos batizar crianças. Eles não sabem o que está acontecendo!
Com ou sem razão, todos nos alegraremos no dia em que o menino de Bom Princípio receber a comunhão.