Bispos ajudaram Romney a… perder

A opinião é de Massimo Faggioli, doutor em história da religião e professor de história do cristianismo da University of St. Thomas, em Minneapolis-St. Paul, nos EUA.

 


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Onde os católicos norte-americanos podiam fazer a diferença – Flórida, Pensilvânia, Wisconsin, Ohio –, eles escolheram Obama, embora a maioria dos católicos brancos tenha se inclinado por Romney e os não brancos por Obama.

A nomeação de um candidato à vice-presidência visivelmente católico da nova leva dos “valores inegociáveis” como Paul Ryan ajudou Romney exatamente como os bispos o ajudaram: ajudaram Romney a perder. A Conferência Episcopal norte-americana lançara justamente nessa terça-feira, no dia do election day, um novo site dedicado à proteção da liberdade religiosa nos Estados Unidos…

Tanto o Partido Republicano quanto os bispos norte-americanos visaram a uma ideologia social que ignora a realidade social e a demografia dos Estados Unidos do século XXI. A contaminação entre republicanos e a ideologia anarcoindividualista do Tea Party produziu uma reação que levou a um repentino revival do Catholic social thought, que falou aos indecisos e aos centristas muito mais do que o extremismo da retórica anti-Obama (muitas vezes beirando o racismo).

Dos resultados eleitorais da noite do dai 6 de novembro, poderia parecer que os Estados Unidos reelegeram um candidato apontado pela hierarquia católica norte-americana como a maior ameaça à liberdade religiosa dos católicos. A partir de amanhã, os bispos norte-americanos recomeçarão do zero: para reconquistar a política norte-americana e para recomeçar a falar com a sua Igreja.

Massimo Faggioli, artigo foi publicado no jornal Europa, 07-11-2012.

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